Olá meu povo, como estamos?
Hoje temos a resenha de um clássico por aqui: ‘O Último Caso de Sherlock
Holmes’, de Sir. Arthur Conan Doyle.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
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Livro: O Último Caso de Sherlock Holmes
Autor: Arthur Conan Doyle
Editora: Ciranda Cultural (selo Principis)
Ano: 2021 (edição atual)
Páginas: 192
Esse é oficialmente o último conto de Sherlock Holmes, na ordem cronológica do personagem. Conan Doyle publicou outras histórias após 1914, mas todas fazendo referências a anos anteriores à Primeira Guerra. Com a aproximação da Grande Guerra, o autor escreveu um desfecho à altura de seu personagem. Como o grande detetive não teria participação em um evento tão importante e histórico?
De modo geral, as pessoas crescem.
Tem seu período de auge na carreira e depois envelhecem o bastante para curtir
a aposentadoria (ou sair dela de vez em quando). Com os personagens literários
isso também é possível.
Em ‘O Último Caso de Sherlock
Holmes’, somos apresentados às últimas aventuras da dupla de detetives que
conquistou meu coração, já mais velhos e experientes. Após muitos casos
solucionados, Holmes e Watson se separaram e seguiram suas vidas.
No entanto, os bastidores da
I Guerra Mundial têm mistérios tão bem amarrados que apenas a mente brilhante
como a do detetive consultor seria capaz de solucionar.
Assim, eles retornam de
seu período de descanso para um último trabalho juntos, como uma espécie de
despedida, não apenas entre eles, mas também dos leitores.
“Minha mente é como um motor em andamento, desmontando aos poucos por não estar fazendo o trabalho que foi destinado a desempenhar.”
A fase das leituras curtas
continua e uma boa pedida para aproveitar esse tempo são os casos de mistérios
clássicos, como Sherlock Holmes.
Apesar de ser fã das histórias do personagem,
estava há um tempo sem ler e foi um grande achado na minha estante.
Aqui, encontramos uma seleção
de contos, colocados em ordem cronológica de publicação, os quais mostram os
trabalhos dos detetives antes da aposentadoria.
Ambos estão mais velhos e
cansados, porém apenas fisicamente, já que a mente e a percepção estão mais
afiadas do que nunca.
Falando rapidamente sobre os
contos, temos:
A Aventura de Wisteria Lodge – Um jovem é convidado a passar a noite na casa
de um conhecido como cortesia. Porém, no dia seguinte, todos os funcionários
desaparecem e um homem foi brutalmente assassinado. Entre realidade e delírios,
cabe a Holmes e Watson descobrirem o que de fato aconteceu.
A Aventura dos Planos do Bruce-Partington – Muitas coisas estranhas podem acontecer
quando menos se espera. E as chances são ainda maiores quando Londres está
envolta em uma neblina densa, a qual pode esconder crimes perfeitos, ou quase.
A Aventura do Pé-de-Diabo – Uma das aventuras mais curiosas pelas quais
Holmes e Watson já passaram, a qual é conhecida nos jornais como o “Terror da
Cornualha”.
A Aventura do Círculo Vermelho – A Sra. Warren está de volta. Após o incidente
envolvendo outro inquilino, a moça retorna à casa de Holmes para investigar um
novo morador de seu prédio, com uns costumes peculiares. O que será que ele
esconde por trás de tantas manias assustadoras?
O Desaparecimento de Lady Frances Carfax – A herdeira de uma grande fortuna desaparece
de forma misteriosa. Todos os seus conhecidos estão muito preocupados,
especialmente pela aparente falta de indícios de algum crime. No entanto, o que
parecia ser sem explicação pode ser resolvido quando Holmes e Watson entram em
cena.
A Aventura do Detetive Moribundo – Holmes não para nem quando está doente.
Acometido de uma febre desconhecida da medicina e altamente contagiosa, ele
fica de molho por dias, mas isso não o impede de resolver mistérios quando
aparecem.
O Último Caso: O Serviço de Sherlock Holmes no
Esforço de Guerra – É o conto que
encerra o livro e, também, literalmente, a história do detetive consultor.
Holmes e Watson são convocados pelas forças britânicas a desmantelar um esquema
alemão antes que saísse do papel.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Mantendo a tradição, todos os
contos são narrados pelo ângulo de Watson, exceto pelo último, o qual está em
terceira pessoa.
Mesmo com essa diferença, não achei ruim a experiência de
leitura, pois foi uma bela forma de dar fechamento às aventuras da dupla,
deixando Watson brilhar como um dos protagonistas.
Além disso, como ambos estão
mais velhos, percebi que se entenderam ao longo da carreira. Se no começo
Watson tinha até certo receio de dividir o apartamento com a persona peculiar
de Holmes, agora, anos depois, eles se respeitam e até se admiram, o que muito
me chamou atenção.
De maneira especial, Holmes
mantém certo respeito por Watson, de uma forma tão cordial e tão verdadeira,
que mostra o quanto ele amadureceu, embora certas manias ainda persistam
(rsrsrs).
“Mas havia algo no raciocínio frio de Holmes que tornava impossível para mim me acovardar diante de qualquer aventura que ele pudesse propor.”
Watson, por sua vez, é um
narrador singular, mas também amigo e fã do detetive consultor. Fica nítida sua
admiração pela inteligência de Sherlock e o quanto ele mesmo aprendeu com as
táticas de dedução.
Se eles já formavam uma dupla imbatível quando jovens,
agora mais velhos, estão mais fortes do que nunca.
Nada passa batido e eles
resolvem os mistérios de maneira espetacular, fazendo-me de trouxa em boa parte
dos contos (rsrsrs).
Dentre os que citei, os que
mais gostei foram o do detetive moribundo e o de despedida. O primeiro mostra
um comportamento irritante de certa forma, mas também comum em muitos workaholics, que não conseguem
descansar, nem quando precisam obrigatoriamente.
Para completar, Holmes já é um
personagem de muitas manias ao estar saudável, doente, é ainda pior.
Foi um
verdadeiro exercício de paciência do próprio Watson e até meu, ler as passagens
e imaginar Holmes sem parar quieto, querendo trabalhar.
“Devemos recorrer ao velho axioma de que, quando todas as alternativas falham, o que resta, por mais incrível que pareça, deve ser a verdade.”
E o de despedida foi
especial. Além de ser ambientado em um momento crítico da nossa História, é,
literalmente, o "adeus'' dessa dupla que ganhou meu coração de leitora. Terminei
com certa nostalgia das aventuras e dos personagens.
Para minha vantagem, eu não
li os livros em ordem cronológica, então, ainda deve ter várias aventuras deles
para eu conferir ainda. Mas agora sei como terminam suas trajetórias e não
deixo de ter saudade.
Foi uma boa leitura, que concluí
devagar, pelo simples motivo de querer ficar mais tempo com eles e apreciar
lentamente suas últimas aventuras. Se não fosse por isso, com certeza teria
lido em apenas um dia, de tão fluidos que eram os contos.
Falando sobre o livro em si,
eu li a versão da Principis, já recorrente aqui no blog. É uma edição mais em
conta, então não posso exigir muito também.
A capa é bem mais chamativa do que qualquer
outra do selo, com tons de rosa bem “cheguei” e o título em azul, trazendo a
lupa e o cachimbo de Holmes em destaque.
Ainda, a diagramação e
revisão estão bem feitas, a fonte é confortável à leitura e as páginas são mais
grossinhas e de fácil manuseio, conferindo uma boa experiência. Só achei
curioso que, pela primeira vez, reparei nos nomes dos tradutores.
E para um livro relativamente
curto, ele contou com um time de especialistas formado por mulheres. Isso muito
me chamou atenção e irei reparar nas minhas próximas leituras estrangeiras.
Além disso, o fato de ter várias tradutoras me fez questionar se a leitura
teria algum obstáculo, pois cada uma poderia traduzir de uma forma diferente e
dar a impressão de experiência mais cansativa.
No entanto, o fato de serem
contos avulsos ajudou a deixar a leitura fluida e sem essa impressão. Se não
fosse o nome delas abaixo de cada título, nem saberia que eram pessoas
diferentes, de tão parecidas que ficaram as traduções.
Em resumo, recomendo a
leitura, especialmente se você gosta de mistérios mais clássicos com uma pegada
leve e sem gatilhos.
E aí, já leram esse livro? Me contem aí!
Obs.: Texto revisado por Emerson Silva
Esse é o último e eu nunca nem li nenhum hehehehe... Mas acredito que algum dia ainda vá ler. Acabo ficando só nos filmes e até esqueço que vieram dos livros. Alias, achei a capa desse lindíssima!
ResponderExcluirAcontece, hahaha. Os filmes também são muito bons, além das séries, que recomendo, por sinal. =)
ExcluirOie, das histórias do Sherlock, ainda não li essa edição. Parei no terceiro volume e pretendo continuar. Mas sinto que vou curtir.
ResponderExcluirBjs
Imersão Literáriav
Ah, que bom então. Acho que vai gostar sim, ^^
ExcluirOi, Hanna. Tudo bem? Que bom que a obra tenha sido de seu agrado. Acho que eu iria adorar este livro, pois gosto muito do gênero. Fiquei bastante curioso com a trama, terei de conhecer a história bem de pertinho. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Foi bem legal sim, Luciano, =). E já que você curte o gênero, certamente vai gostar da leitura também, haha.
ExcluirEu adorei essa capa. ♥ Eu nunca li nada e nem vi filme. Na verdade, só vi a adaptação apenas o da irmã de um deles, que eu não lembro o nome agora hahaha. Mas a sua resenha despertou a vontade de ler e que bom que terá outros para embarcar, mesmo sabendo como acaba. Dá para matar a saudade mesmo assim. Aliás, eu não sou muito de ler mistérios, mas teve um que li esse ano e adorei "A espiã da realeza". Vale a leitura! E legal isso de prestar atenção nos tradutores. Hoje em dia, acredito que estão sendo mais reconhecidos. :)
ResponderExcluirBeijos, Carol
www.pequenajornalista.com
Essa capa é bem diferente mesmo, haha. Você deve estar falando da Enola Holmes, né? É muito amorzinho esse filme, goste bastante também, S2. Esse da Espiã da realeza está no meu radar também, soubem curiosa para conferir a história e acho que vou gostar bastante. E sim, eu nunca tinha reparado na parte dos tradutores, mas agora passarei a prestar mais atenção neles, não deixa de ser uma valorização do trabalho nacional, né?
ExcluirOi!
ResponderExcluirQuando estava saindo as temporadas de Sherlock da BBC eu estava com a meta de ler as aventuras dele em ordem cronológica e confesso que ainda falta muito para eu chegar nesse título rs, eu estava lendo pelas edições de bolso da Zahar e realmente essas da Principis são bem mais baratas.
Beijão
https://deiumjeito.blogspot.com/
A versão da BBC é incrível, acho que é a minha favorita até agora, viu? E as edições da Zahar também não ficam atrás, eu tenho alguns exemplares da editora aqui e estão mesmo um arraso. Uma pena que ainda tem um valor um tanto salgado. Já as versões da Principis são mais acessíveis mesmo.
ExcluirOlá, Hanna.
ResponderExcluirEu estou comprando as da Zahar de bolso, mas acho essas lindas. Sou dessas que ama um colorido. Assinei o Intrínsecos só por causa do arco-íris na estante hehe. Não lembro mesmo desse livro, mas tenho certeza de que já li porque está lá no skoob hehe. E acho engraçado eles estarem aposentados porque mais da metade dos casos do Poirot por exemplo, foram com ele aposentado hehe.
Prefácio
Ah, as edições da Zahar são muito lindas mesmo, se pudesse compraria só deles também. Pena que alguns volumes estão bem salgadinhos... =/ Em relação às aventuras dos personagens, é realmente engraçado que eles não sabem curtir a aposentadoria, só sabem continuar investigando os casos, mesmo de férias, hahahah.
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