Olá meu
povo, como estamos? Hoje temos resenha de mais uma leitura concluída com
sucesso da TBR de agosto: ‘Um Beijo Inesquecível’, de Teresa Medeiros.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
44/60
Livro: Um Beijo Inesquecível
Autora: Teresa Medeiros
Tradução: Andréia Barboza
Editora: Bookmarks
Ano: 2023
Páginas: 417
Ela precisava achar o marido perfeito... mas encontrou um homem marcado pelo passado.
Se quisesse manter um teto sobre a cabeça dos irmãos, Laura Farleigh, a orgulhosa filha do vigário, teria que se casar até seu vigésimo primeiro aniversário.
Ao encontrar um estranho misterioso desacordado na floresta e descobrir que o homem com rosto angelical e corpo de Adônis não se lembrava de seu nome e passado, Laura decide reivindicá-lo para si. O que ela não sabia era que aquele anjo caído, na verdade, era um demônio disfarçado.
Laura descobre que deu a Sterling Harlow, o notório libertino conhecido como Demônio de Devonbrooke, o direito de reivindicar não apenas sua casa, mas seu corpo e coração. E precisa conquistar o homem para salvar a alma dos dois.
Laura
Farleigh é uma jovem que está em sérios apuros. Após o falecimento de sua
guardiã, a casa em que sempre viveu com seus irmãos mais novos será
reivindicada pelo legítimo dono: o duque Sterling Hallow, também conhecido como
“demônio de Devonbrooke”.
A regra é
clara: ele poderia tomar posse de seus bens e expulsar os atuais moradores na
hora que bem quisesse, a não ser que a moça esteja casada antes de completar
seu aniversário de 21 anos. Assim, a propriedade passaria a ser dela e ninguém
poderia contestar.
No entanto,
conseguir um pretendente de última hora é uma situação complicada, dado que a
jovem não tem muitas opções morando no interior e mal tendo o que vestir para
frequentar os bailes de temporada da alta sociedade. Disposta a encontrar uma
saída e enfrentar o “demônio” com tudo o que tivesse ao seu alcance, Laura
parte atrás do duque para negociar seu futuro.
Ela só não
esperava encontrar a solução de seus problemas de uma única vez: um rapaz
desconhecido e desacordado no meio da floresta, que poderia facilmente cumprir
o papel de seu noivo. Isso porque, ao acordar, o jovem não tem lembrança alguma
de seu próprio passado. Dessa forma, seria o candidato perfeito para Laura, que
não perde tempo ao reivindicá-lo para si.
Contudo,
conforme o tempo passa, a mocinha percebe que pode estar ainda mais enrascada,
pois não apenas se vendeu de corpo e alma a um “demônio” lindo e sedutor, como
agora precisa resolver todas as pontas soltas de sua própria vida antes que
seja tarde.
“Ela precisava encontrar o marido perfeito... mas se deparou com um homem marcado pelo passado.”
Se tem algo
que me arrebatou nos últimos tempos foi o romance de época. Desde que me rendi
aos livros do gênero, as leituras são mais rápidas e leves, o que tem me
deixado viciada (rsrsrsrs).
Descobri
‘Um Beijo Inesquecível’ muito por acaso, enquanto fuxicava o catálogo do Kindle Unlimited e achei a sinopse dele
bem interessante, além de ter uma capa bem fofinha. Assim, estava curiosa para
ler e tinha certeza de que seria uma experiência apaixonante.
Coloquei para votação nos stories do @mundinhodahanna e fiquei muito animada
quando venceu de lavada como representante do gênero. Só não esperava ser
“enganada” com uma história mais safadinha (rsrsrs).
A trama é
narrada em terceira pessoa e vemos os fatos tanto pelo ângulo de Laura, quanto
de Sterling. Dessa forma, conhecemos um pouco de ambos os lados da moeda e
vamos entendendo como cada um chegou onde está.
A moça é
linda, jovem e sonhadora. Queria ter um relacionamento digno dos livros de
romance que lia quando mais nova e não seria tão ruim se tivesse que se casar
com um príncipe encantado, ao invés dos sapos que lhe aparecem propondo
matrimônio.
Ela vivia
com seus irmãos mais novos em Arden Manor, criados pela senhora Eleanor Hallow, de quem eles tem saudosas lembranças e ainda choram pelo luto recente.
Contudo, antes mesmo que o período de sofrimento se amenize, a família precisa
se preocupar com questões burocráticas e nem um pouco práticas, como um teto
para morar.
Isso porque
a propriedade pertence aos Hallow e, diante do falecimento da matriarca, a
mansão passou a pertencer ao filho - e único herdeiro - Sterling Hallow, também
conhecido como “demônio de Devonbrooke”. A alcunha não é à toa, já que o rapaz
tem um temperamento nada fácil.
Sedutor,
charmoso e dono de cabelos loiros irresistíveis, ele arrebata corações de todas
as mulheres por onde passa. Além disso, nunca foi conhecido por ceder em
contratos ou pedidos de clemência. Logo, não está disposto a ouvir os lamúrios
de uma jovem camponesa cheia de crianças birrentas em seu encalço, só por causa
de um capricho desmedido de sua mãe. Seu rancor cresce ainda mais ao saber de
uma cláusula risível: a de que a propriedade passaria a ser de Laura se ela
estivesse legitimamente casada aos 21 anos (o que não falta muito, por sinal).
Assim,
parte rumo à sua propriedade para tirar a ideia absurda da cabeça da moça e
tomar o que é seu por direito. Só não esperava sofrer um acidente terrível no
meio do caminho, que atrapalharia seus planos.
Por sua
vez, Laura não se conforma em ter que se casar às pressas só para ter um teto
sob o qual morar. Entretanto, não pode se dar ao luxo de escolher o noivo com
calma, pois seu aniversário está cada dia mais perto, assim como o “demônio” de
Devonbrooke, que vem buscar o que lhe pertence.
Mas acaba esbarrando na solução
de seus problemas no meio do caminho: um rapaz lindo, jovem e… sem memória
alguma. Se não tem lembranças de quem era antes, o que impediria que a moça o
pegasse para si? Afinal, achado não é roubado. Ela só não contava que estava
levando quem menos desejava para sua própria casa.
“Sua noiva podia estar esperando prendê-lo em uma teia de mentiras, mas uma inegável joia da verdade pairava em seus fios brilhantes: Laura Fairleigh não seria uma mulher difícil de se adorar.”
Com uma
escrita fluida e capítulos curtos, somos facilmente imersos nesse universo
apaixonante. Laura está desesperada para conseguir o que acha que é seu por
direito e encara o fato de encontrar um presente dos céus quando descobre
Sterling caído no mato. E, ao contrário de todas as possibilidades, leva o
desconhecido para sua casa e cuida dele como se de fato fosse seu.
O duque
acaba à mercê do que lhe dizem, pois mal se lembra do motivo pelo qual caiu.
Assim, se deixa levar pelos acontecimentos e vai descobrindo coisas das quais
jamais parou para pensar. Isso porque ele é o filho de Eleanor, que ainda tem
sua marca em Arden Manor. Sendo provisoriamente chamado de Nicholas, o rapaz se
dá conta de como Devonbrooke era mau para todos à sua volta.
Assim, temos
duas versões de uma mesma pessoa, mesmo que ainda não se dê conta disso (muito
menos as pessoas à sua volta, que ainda acham que o verdadeiro duque está a
caminho). Confesso que gostei dessa parte, pois mesmo sem querer, Sterling é
confrontado com um passado do qual não gostaria de se lembrar, porém sai de seu
controle. Ao mesmo tempo, Laura se vê num dilema de incentivar o rapaz a viver
uma mentira, em nome de sua ideia egoísta, sem perguntar se o noivo concordava
com tudo o que ela planejou.
“Era quase como se aquele pequeno núcleo de verdade fosse mais cruel que todas as suas mentiras.”
Para
piorar, conforme o tempo passa, a química entre a moça e seu noivo caído do céu
se torna mais forte. O que piora a missão de um casamento de conveniência (de
uma parte, ao menos), que começa baseado em mentiras descabidas. Apesar de ter
gostado muito do plano articulado da protagonista, confesso que me incomodei um
bocado com isso.
Primeiro
porque ela nem sequer pensou que o cara poderia estar fingindo não ter memória
e poderia muito bem se aproveitar de sua ingenuidade. Além disso, não era
apenas a mocinha que corria perigo em casa, mas toda uma família que ela jurou
proteger a todo custo. Contudo, Laura confia tanto nele logo de cara, agindo
como se fosse um conto de fadas, que me pareceu contraditório que ela fosse tão
inteligente e perspicaz ao longo dos capítulos e deixasse todo mundo sem
resposta.
As únicas
pessoas que parecem ter um pensamento parecido são Lottie - a irmã caçula - e
Dower - o capataz -. Cada um à sua maneira tenta convencer Laura de seu plano
engenhoso, porém cheio de furos e que poderiam causar sofrimento além da conta.
O que rende cenas bem interessantes sobre como lidar com o fato das suspeitas
serem concretizadas.
“Ele estava lhe oferecendo o mundo enquanto ela negava a ele seu direito mais fundamental: a própria identidade.”
O mais
velho é um senhor com estilo interiorano e não tem papas na língua. Achei
divertido o jeito de ele resolver as coisas e seu palavreado, o que me lembrou
algumas novelas de época que eu assistia com minha mãe quando mais nova.
Lottie, por sua vez, pode ser uma pré-adolescente tão sonhadora quanto a irmã,
mas também sabe ser perspicaz e quer aplicar tudo o que lê em seus livros de
investigação. Assim, dá um toque mais sombrio à trama, agindo como a própria
Wandinha Adams (o que me foi nostálgico, confesso). No entanto, na página
seguinte vemos a mesma personagem com um jeito mais doce e delicado, quando os
gatinhos entram em cena.
E o elenco
felino, meu povo, deveria ganhar um Oscar de atuação. Eles chegam botando
banca, trazendo leveza e comicidade às cenas, além de trazer uns pontos
importantes para a história, que tem pontas soltas em capítulos anteriores.
Achei uma boa sacada da autora fazer isso, que poderia ser um pequeno detalhe,
mas que se mostra de grande significado posteriormente. Não apenas os gatinhos,
mas também toda a fauna que aparece brilha de alguma forma, mostrando o quanto
nosso amor pelos animais pode salvar vidas (ou transformá-las de uma maneira
inesperada).
Os
capítulos são curtos, então é muito fácil se manter imerso na leitura até o
desfecho. Conforme as pontas se amarram, vamos entendendo o motivo de cada um
tomar as atitudes que tomou, bem como o medo de encarar os fantasmas do
passado. Todos os personagens tem um destino e achei muito bonita a forma como
algumas respostas foram dadas.
A verdade
era que cada um, independente de qual lado da moeda estava, tinha uma lição
para aprender. Ver como cada um lida com isso talvez seja a grande mensagem que
o livro traz. Todas as cenas, engraçadas, mais quentes, mais sérias, etc. foram
bem dosadas e mantiveram um equilíbrio do início ao fim, o que ajudou a manter a
experiência positiva.
Em relação
à obra em si, li em versão digital. Então posso dizer que gostei muito da diagramação
e da revisão. Nunca tinha lido nada da editora, assim fiquei com a primeira
impressão favorável (tanto que já peguei outro romance deles para ler em
seguida. Posso adiantar que é contemporâneo e estou devorando. Logo trarei
resenha dele também por aqui). A capa é enganadora: traz uma ideia de história
fofinha, com o desenho dos personagens principais em destaque e em tons de
rosa. Mas o que vem depois é completamente diferente. Caso leiam a trama,
estejam avisados (rsrsrs).
Mesmo
assim, não alterou em nada minha experiência e continuo dando nota máxima, além
de recomendar de olhos fechados. É uma alternativa perfeita para quem procura
uma leitura rápida para o fim de semana, ou quer sair de uma ressaca literária.
Agora me contem nos comentários: já leram esse livro ou algum outro da autora?
Obs.: Texto revisado por Emerson Silva
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