Realidades Adaptadas

em 25 fevereiro 2020

   Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha de um livro que gostei muito de ler e entrou para a lista dos meus favoritos: 'Realidades Adaptadas', de Philip K. Dick.


Realidades Adaptadas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna




5/12

Livro: Realidades Adaptadas

Autor: Philip K. Dick

Editora: Aleph

Páginas: 304

Ano: 2012 (edição atual)

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A fim de lhe prestar o devido reconhecimento a esse extraordinário autor, Realidades adaptadas reúne, em uma edição inédita no mundo, os contos de Philip K. Dick que foram adaptados para a sétima arte, levando ao grande público os textos originais que inspiraram roteiristas e diretores a fazer seus filmes. Um convite à leitura ao entretenimento e a novas descobertas.Os contos que inspiraram grandes sucessos do cinema: O vingador do futuro; Minority Report; O pagamento; Os agentes do destino; O vidente; Impostor e Screamers.

Realidades Adaptadas


   Como vocês imaginam que seria o futuro? Teríamos robôs que nos ajudariam em nosso dia a dia? Teríamos descoberto vida em outro planeta, que seja racional igual aos humanos? Será que andaremos em naves espaciais, igual vemos nos filmes de scifi?  São tantas as possibilidades, que nossa imaginação não tem limites para montar várias realidades que poderíamos viver em alguns séculos.
   Com alguns autores não foi diferente. Philip K. Dick é conhecido mundialmente, tanto pelos seus livros, quanto pelos filmes e séries que alguns de seus livros geraram. Para quem não conhece, ele é um dos autores de scifi que mais teve filmes adaptados às telonas e telinhas, superando mentes brilhantes do gênero, como Asimov e Jules Verne, por exemplo.  
   'Realidades Adaptadas' não tem esse nome à toa. São, literalmente, as realidades do futuro que Dick pensou e escreveu em seus contos, que foram todas adaptadas às telonas, sendo sucessos de bilheteria e todas reunidas em um único livro.
   Como são contos, muitos deles não tem toda ação que vemos nos filmes. Além disso, os próprios nomes de alguns filmes foram modificados e são distintos dos nomes dos contos originais. Mas, conforme vamos lendo, vamos notando traços de algumas cenas dos filmes, caso tenhamos visto.
   Uma coisa que achei interessante nessa edição é que, antes de cada conto começar, temos uma breve introdução sobre o que estamos para ler. Então somos apresentados aos filmes que foram produzidos, com os nomes que usaram para atrair os expectadores, e quem foram os astros e estrelas que protagonizaram os respectivos contos.
   Mesmo que você não tenha visto os filmes, vai acabar sabendo quais são, pelas referências, e vai se lembrar de algum trailer ou poster que viu pela internet. 
   

Leia também: O homem do castelo alto



Realidades Adaptadas
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna


   Nesse livro, encontramos os contos que deram origem aos filmes: O vingador do futuro; Minority Report; O pagamento; Os agentes do destino; O vidente; Impostor e Screamers. 
   'O vingador do futuro', também conhecido pelo nome original 'Total recall', foi inspirado no conto 'Lembramos a você a preço de atacado', publicado em 1966. O nome é bem diferente, né? Mas ao lermos, damos de cara com as cenas do início do filme, que tem duas adaptações. 
   Algumas pessoas irão associar à versão protagonizada por Arnold Swarzenegger, dos anos 1990, mas eu me lembro mesmo é da versão mais recente, que foi lançada em 2012, protagonizada por Colin Farrell. 




   Já parou para pensar nas coisas você julga impossíveis pelo seu tipo de rotina, mas que sonha em realizar um dia? Ou mesmo uma profissão completamente diferente que teria seguido se tivesse feito outras escolhas? Ou um esporte radical que gostaria de ter feito, mas tem muito medo de morrer, já que é perigoso?
   A Recall é uma empresa que vai te dar todas essas oportunidades. Lá, você terá lembranças de aventuras, sentirá a adrenalina, viverá tudo o que sempre quis, através de uma tecnologia avançada, capaz de mexer com seu cérebro.
   E, dependendo do que quer fazer, você sai até com as lembranças dos lugares por onde passou. Nosso protagonista tem sonhos sobre uma outra vida, que acabou pedindo para viver de fato na Recall.
   O problema é que, quando ele acorda, nem ele, nem nós, sabemos o que realmente ele viveu ou ainda vive. E nos perguntamos o tempo inteiro: O que é real, e o que é sua imaginação?
   Será que o produto que colocaram nele é tão bom assim, ou ele de fato acordou de um sonho longo de uma vida "normal", mas de fato sua profissão é bem perigosa? Essa sensação de dúvida fica no filme, e também no conto, que tem um final aberto e cabe ao leitor decidir o que realmente deve ter acontecido. 


Total recall
Foto: Divulgação



"Achei que seria difícil, mas conseguiu... até agora." 


   O filme 'Screamers - Assassinos cibernéticos' estreou em 1995, mas foi inspirado no conto Segunda variedade, publicado bem antes, em 1953 (tem a idade da minha mãe). Confesso que não vi esse filme, mas fiquei embasbacada com o conto.




   Aqui, temos um futuro observado pelo lado da indústria armamentista. As pessoas pensam muito em termos robôs para facilitar nossas vidas, trabalhar por nós e nos fazer companhia, quando outros humanos preferem viver isolados. Mas tudo que é bom, pode também ser usado para guerra. Então, em um futuro onde soldados lutam lado a lado com robôs, como seria o destino da Humanidade, diante de robôs que desafiam as leis da robótica criadas por Asimov, e programados para matar outros humanos? 


Leia também: Better than us 

   Neste conto aconteceu exatamente isso. A Guerra Fria, a corrida tecnológica que aconteceu entre os Estados Unidos e Rússia continuou por séculos a fio, ao ponto de criarem soldados robôs, que agem como soldados e como minas em terreno inimigo. A questão é: os humanos vão conseguir sobreviver aos robôs que eles mesmos criaram para matar seus inimigos? Até onde você iria para dizer que seu país é mais poderoso que o resto do mundo? 


Screamers
Foto: Divulgação



"[...] Havia muitas mudanças acontecendo no mundo. A vida não era mais a mesma. Nunca mais seria. A raça humana teria de perceber isso." 



   Também publicado em 1953, o conto 'Impostor' deu origem ao filme homônimo, que estreou em 2001 nas telonas. Ollham e sua esposa vivem uma vida pacata, na medida do possível. Mas Ollham começa a ser perseguido por pessoas próximas a ele, que acreditam que ele é na verdade um robô. Robô este que veio para matar e Ollham e substituí-lo, para pegar segredos de Estado. 

Impostor
Foto: Divulgação


   Mas para isso, ele teria que ter as lembranças de Ollham e agir como ele, ter sua personalidade. A dúvida é se realmente era Ollham o substituído e se conseguiu ter êxito em sua missão. Ficamos o tempo inteiro tentando saber quem é o impostor e quem é o humano de verdade, já que a tecnologia avançou ao ponto de nos deixar confusos. Novamente, temos o questionamento: o que é real e quem está mentindo?   








  'Minority Report' foi inspirado no conto homônimo, publicado em 1956. O filme é de 2002, estrelado pelo meu amado Tom Cruise, e conta, assim como no texto, a história de um futuro que muitos imaginam ser utopia: um futuro em que as pessoas não cometem mais crimes. Na verdade, elas não cometem crimes porque tem medo ou passaram a ter respeito e compaixão; elas não cometem crimes porque não tem tempo de fazer isso mesmo.


"Melhor ficar de olhos abertos [...]. Pode acontecer com você a qualquer momento."


   A novidade na polícia é ter um departamento com pessoas que buscam os culpados de crimes, antes que eles sejam cometidos. Para tal, eles contam com o auxílio de pessoas especiais, que seriam tidas como párias da sociedade, por serem deficientes mentais. Mas eles tem uma coisa que nenhuma pessoa (até o momento) tem: de alguma forma, elas preveem o futuro.





   Trigêmeos com o mesmo dom, lançam relatórios, dos quais são escolhidos dois, que formam o relatório majoritário e provam que a pessoa ia cometer aquele crime, contra aquela outra pessoa, naquela hora e naquele lugar.
   Mas, se a pessoa ainda não cometeu o crime, ele pode desistir? Se ainda é um futuro, o que faz a pessoa ser culpada? É movido por esse questionamento, que tanto o conto, quando o filme nos levam a cenas de muito "tiro, porrada e bomba", com um final espetacular.


Minority Report
Foto: Divulgação


"A existência de uma maioria implica, logicamente, uma minoria correspondente."


    'O pagamento' estreou em 2003, e também é um filme homônimo do conto, que foi publicado em 1953. Você aceitaria um pagamento por um serviço a uma empresa, com a condição de não se lembrar de nada?
   E se sua missão fosse tão perigosa, que não se lembrar dela fosse mais perigoso ainda? Esse filme eu vi e foi sensacional! Assim como no conto.





   Nosso protagonista é o técnico Jennings, estrelado no filme por Ben Affleck, uma pessoa extremamente inteligente, que aceitou uma missão dessas. Mas seu pagamento foi escolhido por ele mesmo: em vez de uma boa grana, suficiente para se sustentar por uns 2 anos, ele preferiu ter umas quinquilharias, como uma ficha quebrada de poker, uma passagem de ônibus, uma entrada para uma peça de teatro... coisas a princípio sem valor algum. Mas nunca duvide do poder das pequenas coisas.
   Como eu estava acostumada com o ritmo do filme, achei que esse foi o conto mais fraquinho dentre todos, especialmente como termina. Mesmo assim, vale muito a pena ser lido. 

O pagamento
Foto: Divulgação


   Acho que o conto que mais ficou diferente do filme foi 'O homem dourado'. Publicado em 1954, ele conta a história de um rapaz que consegue prever o futuro, devido a uma mutação rara.
  A adaptação para as telonas estreou em 2007 e se chama 'O vidente', o nome original é 'Next', com Nicholas Cage estrelando como nosso protagonista.

 

   Quem viu pelo trailer, ou mesmo o filme, está preparadx para muito "tiro, porrada e bomba", com um mistério do tipo policial. Mas o conto não é bem assim, nosso homem dourado é, literalmente, dourado.
   Ele tem cabelos, pele, aura, tudo em ouro e é capaz não apenas de prever o futuro, mas também de correr em alta velocidade. Além disso, o conto está mais para um drama do que ação, mas tem um final que eu não esperava, confesso.
  Tomei uma bofetada da vida quando cheguei no final e li o que aconteceu. Se quiser saber o que de fato aconteceu na história original, leia sem expectativas de cenas eletrizantes, mas esteja dispostx a abrir sua mente para algo bem diferente.


O vidente
Foto: Divulgação

   Por fim, mas não menos importante, temos 'Equipe de ajuste', de 1954, que inspirou o filme 'Agentes do destino', que foi ao ar em 2011, estrelado por Matty Damon e Emily Blunt.
   Sabe quando você está seguindo sua rotina e de repente nota que tem umas coisas que não estavam ali antes? Você pergunta para todos, mas ninguém viu aquela coisa surgir, muito menos você se lembra o que aconteceu? Ou então, já passou por uma situação em que você imagina que vai dar certo, mas por algum motivo se atrasa e tem uma espécie de livramento?




   Isso é trabalho da equipe de ajuste, uma equipe de entidades (que eu, Hanna, interpretei como um tipo de anjo), que sabem o que nosso destino nos reserva, mas algumas coisas precisam ser "ajustadas", a fim de que aconteçam da maneira que devem acontecer.
   Mas se são anjos que fazem isso desde que o mundo é mundo, não é permitido que os humanos saibam o que eles fazem em nossas vidas. O que aconteceria se um humano descobrisse por acaso que essa equipe existe? O mundo teria medo? Ou se sentiria fantoche do destino? É nessa vibe que temos nosso conto, e também nosso filme, embora com alguns ajustes para a telona (rsrsrs). Acho que, dentre todos os que li em 'Realidades adaptadas', foi um dos que mais gostei (os outros foram Minority Report e Lembramos a você apreço de atacado).

Agentes do destino
Foto: Divulgação

   Aliás, em todos os contos, temos uma leitura fluida, bem rapidinha, especialmente por se tratar de contos aleatórios, que foram publicados em uma revista na década de 1950. Aqui, temos visões bem diferentes de como seriam futuros alternativos para nossa sociedade, embora o último eu tenha achado mais sobrenatural do que scifi.   
   Philip K. Dick tem o dom de escrever histórias, mexendo com coisas alternativas, que poderiam ter acontecido mediante outro desfecho de fatos históricos reais. Como a Guerra Fria por exemplo, se continuasse nos dias de hoje, será que estaríamos próximos de viver o que lemos em 'Segunda variedade'?
   O mais interessante nesse livro é que, como todos os filmes já existem, podemos ter duas visões das histórias e comparar, para ver até onde o livro é melhor que o filme e vice-versa. Amei ter lido mais um livro do autor, que aos poucos está me conquistando com suas milhões de realidades alternativas. E ele segue algo que é bem plausível, afinal, se nosso futuro é uma folha em branco, tudo é possível, dependendo de nossas ações do passado/presente. 
   Com relação ao livro, eu li a versão digital. Mas posso dizer que a revisão está bem feita, coisa que me surpreendeu, já não tenho dado muita sorte em ebooks nos últimos tempos.
   No final do livro, tem uma nota do autor para cada conto. Achei legal, pois assim temos uma ideia do que se passava pela cabeça dele no momento em que criou tantos mundos diferentes.
   Dou nota máxima à leitura e super recomendo, tanto o livro, quanto os filmes! 💓




   Quem quiser adquirir o livro, ele está disponível através do link abaixo. Lembrando que, comprando através dele, vocês ajudam o Mundinho a ganhar comissão, sem que haja alteração no valor da compra de vocês no site.



    Esse livro, para quem não sabe, foi escolhido pelo público do Mundinho da Hanna, através de uma votação aberta em nosso insta @mundinhodahanna. Nos sigam por lá e fiquem ligados em nossos stories, quem sabe minha próxima leitura será escolhida por  vocês também? 😉
   Já conheciam esse livro? E os filmes que foram adaptados a partir dos contos daqui? Bora conversar! 😉

6 comentários:

  1. Oi Hanna, amei a resenha, principalmente pq não conhecia o livro e por já ter visto algumas das adaptações, deu vontade de ler o livro heimm!

    Beijos Mila
    http://dailyofbooks.blogspot.com/2020/02/resenha-por-lugares-incriveis.html

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    1. Que bom saber disso Camila. Espero que goste dos filmes e da leitura.
      Bjks!

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  2. Oi, Hanna como vai? Eu gosto muito de livros de contos, pois são rápidos de serem lidos e possuem uma narrativa ágil que me envolve completamente. Não conhecia este livro, mas já fiquei interessado por lê-lo. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Realmente Luciano, os livros de contos são bem mais rápidos de ler.
      Bjks!

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  3. nossa que legal conhecer esse livro! eu adoro uma boa distopia e nao sabia que todos esses filmes tinham sido baseados em contos

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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