Olá meu povo, como estamos? Hoje trago resenha de um romance mais
clichê, perfeito para ler no final de semana. Com vocês: ‘O Amor Não Tem Nome’,
da autora Lauren Kate.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
7/60
Livro: O Amor Não Tem Nome
Autora: Lauren Kate
Tradutora: Juliana Romeiro
Editora: Record
Páginas: 252
Ano: 2022
Lanie Bloom é editora na Peony Books e ama seu trabalho, especialmente por ser editora assitente dos livros de Noa Callaway, sua autora favorita (e também a mais hypada dos últimos tempos). Ainda, da moça carreira dá um verdadeiro upgrade quando descobre que será promovida a editora chefe e finalmente conhecerá a escritora.
O que seria ótimo, se Noa não fosse uma pessoa tão misteriosa, ao ponto de ninguém saber sua verdadeira identidade. Para completar, está cinco meses atrasada para entregar o último livro.
Além disso, a promoção de Lanie depende única e exclusivamente de fazer a tal obra sair do forno. Mas como fazer isso, se nem sabe de quem precisa cobrar? Isso é o que iremos descobrir.
“Na vida e na ficção, a maioria das pessoas acaba sendo definida por seus obstáculos.”
‘O Amor Não Tem Nome’ é um livro que não estava em meus planos, mas
acabei incluindo nas leituras de janeiro por fazer parte do Clubinho de
Leitura, organizado pela Carol do PequenaJornalista. E, devo dizer, foi uma boa leitura, porém nem tanto.
A narrativa é fluida e vemos as coisas pelo ângulo da protagonista.
Lanie Bloom é uma mulher bonita, inteligente e que tem uma carreira de sucesso.
Sua felicidade é maior por trabalhar com algo que gosta, de maneira especial
lidando com sua autora favorita, ainda que indiretamente, pois ninguém sabe
quem de fato é Noa Callaway. Esse mistério atrai a atenção do público, que
sempre é presenteado com obras belíssimas e que fazem o faturamento da Peony
Books ir às alturas.
Assim, ser promovida logo quando o último romance da autora está
atrasado cinco meses (algo que nunca havia acontecido) é uma maravilha para a
protagonista, ao mesmo tempo que angustiante. Afinal, a condição para que se
mantenha no novo cargo é que a bendita obra precisa ser publicada. Caso
contrário, será demitida.
Então, Lanie começa uma verdadeira corrida contra o tempo, não apenas
para manter os fãs da Noa atualizados com os lançamentos, mas também para
manter sua carreira estável. Gostei bastante dessa premissa de ter uma comédia
romântica ambientada dentro de uma editora. Nunca tinha lido nada do tipo e
sempre tive certa curiosidade de saber como são os bastidores até que as obras
cheguem nas livrarias.
Além disso, Lanie é uma personagem mais gente como a gente, que lida com
os problemas do dia a dia e também do emprego. Gostei também por não entrar no
estereótipo que vemos nos filmes ambientados em Nova York, onde o povo parece
só saber trabalhar e nada mais importa. Isso rendeu uns pontos para a leitura.
Aos poucos, vamos vendo como ela lida com a nova posição e tentando
fazer o livro ser publicado. O que rende diversas cenas engraçadas,
especialmente quando descobre a real identidade de Noa. Porém, é aqui que as
coisas desandam um pouco. Sendo um romance clichê, já esperava que algumas
coisas fossem previsíveis, mas não tão jogadas na cara do leitor.
Logo nas primeiras páginas, eu já matei a xarada de quem era a pessoa
misteriosa e me “broxei” um pouco. Não que isso fosse ruim, mas a forma como
tudo foi revelado me decepcionou, pois a autora não soube aproveitar os
próprios ganchos e ficou uma cena sem sal e jogada.
A situação melhora um pouco quando vemos a relação de Lanie com sua avó
que, por mim, teria um livro apenas para ela. A senhorinha é mais para frente
do que a própria neta e tem tanta sabedoria e energia de vida, que me senti
como se a conhecesse há tempos.
Toda vez que aparecia, eu dava um sorriso
sincero e já esperava pelas histórias sobre sua juventude apimentada com o
marido (que também não ficava atrás). O que mais gostei foi ver que ela não
tinha vergonha de ter vivido, muito menos de contar suas experiências, o que é
perfeitamente plausível, pois mostra o quanto é segura de si e tem uma
autoestima lá no alto.
“Se confiar no amor fosse uma fonte de energia, você poderia abastecer um pequeno planeta.”
Embora leve a algumas cenas constrangedoras para Lanie, a relação entre
as duas é muito fofa e digna de colocar em um potinho. Talvez por isso a
protagonista lide com as adversidades de forma mais madura e digna. De modo
especial, no que se refere à vida amorosa com Ryan.
O rapaz é um “partidão”; bonito, charmoso, bem sucedido e rico. Trabalha
em outro estado e está pautando sua carreira na política. Faz de tudo para
manter Lanie ao seu lado, porém a forma como faz isso me leva a questionar seus
verdadeiros sentimentos. Embora diga que torce pela mocinha, não perde a
oportunidade de puxar o tapete dela quando está subindo um degrau na carreira.
Nunca valoriza suas vitórias e quer pautar a vida da noiva para se
encaixar na sua, sem sequer perguntar se é isso o que ela quer. Isso leva a
situações constrangedoras, incômodas e tristes, mas que provavelmente alguém
vai se identificar (como eu). A verdade é que ambos viviam uma situação em que
não se amavam, porém seguem juntos por ser confortável e nunca "terem
tempo” de conversar. Quando Lanie tenta, é sempre jogada para escanteio e
convidada a se calar.
No entanto, conforme a mocinha vai entendendo certas reviravoltas em sua
vida, lida com isso de uma forma tão madura que me emocionou. Gostei bastante
de como ela seguiu em frente, mas não posso dizer o mesmo sobre Ryan (que por
mim, foi embora e nem fez falta).
“Não existe isso de alguém corresponder a todas as expectativas de outra pessoa. E é por isso que clubes do livro e avós existem.”
O espaço dele, aliás, passa a ser ocupado por Noa Callaway, que a essa
altura já é meio óbvio que tem uma química com Lanie. Seja de amizade ou algo
mais, não se sabe, mas a relação que se constrói é muito bonita de se ver.
Mas
teria sido mais ainda, se eu tivesse algumas respostas ou até mais detalhes. Sim, vocês leram isso mesmo. A blogueira que odeia detalhes queria mais
páginas e mais detalhes aqui.
Isso porque conforme vai se passando a trama,
pude acompanhar a jornada de aprendizado de Lanie e vendo o quanto ela poderia
cultivar mais suas amizades verdadeiras e amor próprio. Contudo, as cenas foram
tão rápidas que nem deu tempo de absorver os detalhes para me imaginar na cena
propriamente dita.
“Talvez os relacionamentos comecem de verdade quando se aceita o outro como ele é.”
O mesmo observei para a história de Noa e o real motivo para seu
bloqueio (que não ficou muito bem explicado, na real). Gostei também de ver
como era sua relação familiar e ver o quanto tinha em comum com Lanie em
diversos sentidos.
Contudo, não consegui me conectar com seus dilemas por ter
sido uma informação jogada no colo do leitor, sem tempo para emoção. Entendo
que em comédias românticas as coisas não costumam ser bem explicadas e o final
feliz já se sabe logo de cara. Mas ainda acho que teria espaço para trabalhar mais
a parte desse mistério e deixar o leitor curioso, o que não aconteceu em momento
algum.
O mesmo se observa para os personagens secundários. Todos tem seus
dilemas pessoais, com os quais precisam lidar em algum momento. Entretanto, são
informações lançadas ao vento, sem qualquer conexão com a história e eu fiquei
com a sensação de “fofoca contada pela metade”. Isso ficou mais forte ainda por
pessoas tão importantes para a história terem simplesmente desaparecido com um
mero “puf!’, como se jamais tivessem existido na trama.
A sensação incômoda se manteve até o desfecho, aliás. Como comentei, é
um estilo de livro onde tudo é previsível. Porém existe um limiar entre o
leitor já esperar para de fato ler o acontecimento e você terminar a leitura
com a sensação de que o livro “veio com defeito”.
Isso porque senti falta de páginas
no arquivo para completar a história. O final dos protagonistas é fofo e
condizente com a trama, mas faltaram muitas peças para que se tornasse perfeito
e aceitável.
Falando sobre o livro em si, tem uma diagramação bem feita, assim como a
revisão. A fonte é legível, confortável à leitura e tem uma capa fofinha.
Embora
tenha sido uma história que gostei de conhecer, não leria novamente. Recomendo
para aqueles momentos de ressaca literária, ou para intercalar com leituras
mais densas (como fiz). Mas não crie expectativas.
Já leram essa ou alguma outra obra da autora?
Então, eu acho que a galera anda fazendo tantos livros desse tipo, com o mesmo tipo de capa e tudo, que eu estou meio de saco cheio sabe? Já nem consigo mais ler. O pior é que nisso a gente acaba deixando de lado de ler os que realmente são bons. Enfim, eu falo assim mas sei que vou continuar lendo heheheheh
ResponderExcluirSuper te entendo, a gente reclama, mas continua lendo, haha
ExcluirOi Hanna! Eu estou de olho nesse livro desde que vi na Amazon e não é nem pela premissa principal, é mais pela autora. Tenho alguns livros dela aqui que gosto bastante e estou com saudades de sua escrita. Ainda que seja uma história previsível, estou com muita vontade de ler. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Sim, super te entendo. A autora é bem famosa pela literatura fantástica, né? Mas esse foi meu primeiro contato com a escrita dela, sabe? Até gostei, mas esperava mais.
ExcluirAhhh que pena que o livro desanima em alguns momentos. Achei a capa bem fofa e em outro momento eu leria com certeza.
ResponderExcluirBjs
Imersão Literária
Pois é. Para sair de uma ressaca, é ótimo. Mas nada além disso, haha
Excluiràs vezes é bom ter uma leitura mais leve de entressafra, só pra não perder o ritmo, não é mesmo?
ResponderExcluirUm beijo,
Fernanda Rodrigues | contato@algumasobservacoes.com
Algumas Observações
Projeto Escrita Criativa
Concordo, viu?
ExcluirOi
ResponderExcluirque bom que curtiu, apesar de não ser uma história perfeita, com tudo muito previsível, já vi essa capa no instagram, mas apesar de gostar de romance, não é um livro que me chama a atenção para a leitura.
https://momentocrivelli.blogspot.com/
Pois é, apesar dos pesares, eu gostei da leitura. Só não leria novamente, haha
ExcluirGostei da sua resenha sincera e direta. Nenhuma obra é perfeita né? Sempre falta alguma coisa.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar com muitos posts interessantes. Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia
Pois é, nenhum obra é perfeita. Mas valeu a leitura, em todo caso, haha
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