Olá, meu povo! Como estamos? Hoje trago a resenha de ‘A Causa da
Morte’, um thriller frenético escrito por Kate London.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
ALERTA: Pode conter gatilhos de suicídio
Obs.: Livro recebido pela Editora Trama
10/60
Livro: A Causa da Morte
Autora: Kate London
Tradutor: Alves Calado
Editora: Trama
Ano: 2015
Páginas: 360
Um experiente policial e uma adolescente despencam para a morte do alto de um prédio em Londres. Na cobertura do edifício, um menino de 5 anos é consolado pela policial novata Lizzie Griffiths, que poucas horas depois desaparece sem deixar rastros. Resta à detetive Sarah Collins a missão de descobrir a verdade sobre essas mortes terríveis, em uma investigação que levará ao coração sombrio da polícia metropolitana e trará à superfície os contrastes cruéis das grandes cidades.
Todos os jornais e revistas só falam do caso mais chocante dos últimos
dias: a tragédia que ceifou a vida de um policial e uma moça. Ambos caíram da
cobertura de um dos prédios mais altos de Londres e impacto atraiu a atenção de
muitos curiosos.
Ao chegar na cena do crime original, a equipe de investigação
não encontra muitas pistas, a não ser duas testemunhas oculares: uma policial
novata (Lizzie Griffiths), aparentemente em estado de choque, mais um garotinho
de apenas cinco anos em seu colo.
No entanto, Lizzie desaparece pouco tempo depois de ser interrogada,
deixando o caso ainda mais estranho. Dessa forma, cabe a Sarah Collins juntar
as peças e entender o que ambas as ocorrências teriam em comum.
“Existem algumas lembranças que não gostamos de contemplar mesmo antes de acontecerem.”
‘A Causa da Morte’ é um livro hypado
na Europa, adaptado para uma minissérie (a qual também é famosa). No entanto,
ele teria passado longe do meu radar se não fosse pelo presente de fim de ano
da Trama. Como só conhecia os trabalhos de fantasia da editora, resolvi dar uma
chance para os thrillers e ver o que
poderiam oferecer.
Uma característica que me chamou bastante atenção nessa obra é a vibe de ‘Law & Order’, a qual se mantém do início ao fim. Assim, o
livro tem uma aura densa e temos dúvida o tempo inteiro sobre a integridade dos
personagens – até porque a justiça só existe dependendo do ângulo que se olhe.
Aqui conhecemos a investigação da tragédia envolvendo Hadley, um
policial prestes a se aposentar, e Farah, uma menina de 14 anos. Ambos foram
encontrados fatalmente estatelados na calçada após caírem do alto de uma
cobertura.
Sarah é chamada para comandar a investigação do que poderia tanto ser um
suicídio quanto um homicídio. As testemunhas, por sua vez, não são muito
confiáveis, dado que temos apenas o relato de Ben – um garotinho de cinco anos
com fantasia de urso –, e de Lizzie – uma policial novata e designada para ser
parceira de Hadley –.
No entanto, o posterior desaparecimento da jovem só deixa a investigação
mais complicada. Afinal, teria ela algo a ver com a queda? Estaria apenas
atordoada com a dor da perda?
Ou seria mais uma vítima de um caso ainda maior?
São muitas perguntas e o tempo cada vez mais curto, dado que os superiores de
Sarah querem calar logo a boca dos jornalistas de plantão.
Com uma narrativa em terceira pessoa, conhecemos os fatos pelos ângulos
da detetive e da testemunha desaparecida. Enquanto a primeira tenta manter seu
emprego e corre atrás de justiça, a segunda foge de todos os holofotes e deseja
um pouco de paz.
Porém, os meios que usa para isso só a tornam mais suspeita.
Logo, existe uma dúvida eterna se Lizzie de fato teve alguma participação nos
eventos ou apenas estava no lugar errado e na hora errada.
E, mesmo tendo uma visão mais ampla dos acontecimentos, não fui capaz de
responder a essa dúvida. A verdade era que a mais jovem tinha sido admitida há
pouco tempo na corporação. Dessa forma, ainda estava em fase de treinamento com
seu mentor.
Talvez eu não seja a melhor pessoa para falar disso, já que nunca
estive do outro lado da moeda para saber. Mas acredito que seja uma profissão
um tanto contraditória.
“A vista da janela era uma cidade noturna alaranjada, um tabuleiro de
xadrez de luzes que se derramavam no negrume oleoso do rio.”
Normalmente são profissões atribuídas a heróis da modernidade, as quais
vivem salvando vidas de pessoas indefesas. Contudo, em meio a dias de glória,
existem os dias de luta.
Isso porque nem sempre os casos serão resolvidos em
ambientes de alto nível, muito menos na paz e tranquilidade. Além disso, não
basta lutar contra as desigualdades do mundo, existem as próprias irregularidades
dentro da corporação. As quais nem sempre se pode lutar contra, com o risco de
nunca mais dormir tranquilo.
Conforme conhecemos os fatos pelo ângulo de Lizzie, percebi que ela
aprendeu seu ofício de uma maneira bem prática, mas também muito bruta. A
verdade é que a mocinha é muito ingênua e facilmente manipulável, o que me deu
bastante agonia, por sinal.
Porém, cada pessoa tem o seu limite para lidar com
certas situações. Talvez por isso não tenha julgado alguns de seus atos, embora
ainda não concorde com eles.
Sarah, por sua vez, só falta vestir uma capa e sair voando por aí. Ela
faz um bom trabalho como investigadora, mas é tão boba que só me fez passar
raiva em diversos momentos.
Sabendo que era um thriller europeu, já esperava que os fatos se desenvolvessem de
modo lento. Contudo, existe um limite entre fazer as coisas devagar e ser uma
pastel.
Sinceramente, me deu um nó no estômago ver como a protagonista agia em
relação aos homens que trabalhavam com ela. Pela patente que carrega, esperava
uma moça forte e que não leva desaforo para casa.
Mas só encontrei um gatinho
assustado, que corre para a sombra na primeira ameaça. Isso só tornou a
investigação mais lenta do que o necessário e me decepcionou um pouco.
Além disso, a linha do tempo não é linear. Isso porque na parte de
Lizzie eu via muito pouco do presente. Apenas um pequeno trecho de sua fuga e
logo voltamos ao passado, quando Hadley ainda estava vivo e era seu parceiro.
Embora fossem fatos importantes, pois davam uma noção de como era a relação
entre eles enquanto perceiros, me senti perdida durante a leitura; não havia
uma marcação e eu já estava tão imersa na investigação atual, que quebrava
minha linha de raciocínio voltar para fatos pretéritos (muitos dos quais eram
até desnecessários).
“Às vezes as pessoas fazem coisas erradas tendo as melhores intenções possíveis.”
Talvez essa sensação tivesse diminuído se eu lesse uma menção da Lizzie
cultivando suas memórias. Ou mesmo uma seção apenas de tempos antes e a do presente.
Assim eu ficaria sabendo da treta toda, sem perder o gosto do mistério e nem
ter a sensação de que cortaram o assunto no meio.
Até porque em meio a memórias que não fizeram falta, existem outras bem
intrigantes. De modo especial, as que se referem a Farah e Hadley, pessoas
totalmente improváveis de se encontrarem, mas que por algum motivo caíram do
mesmo prédio.
A adolescente tinha bastante personalidade e não levava desaforo para
casa. Sempre antenada nas modinhas da vez, é uma pessoa difícil de ignorar na
multidão. Era uma menina de atitude e com um futuro brilhante, completamente o
oposto do policial linha dura e que só queria se aposentar logo.
Aos poucos, acompanhamos a relação improvável desses dois. Não apenas
essa, mas também da própria Lizzie como parceira de Hadley. O que parece
colocar mais perguntas do que respostas na investigação de Sarah (e do leitor,
pois criei diversas teorias, mas acertei poucas delas).
Com garantia de muito soco no estômago e momentos de revolta, o desfecho
é condizente com a trama. As pontas são amarradas de uma forma satisfatória,
porém nem um pouco decente. O que nem posso discutir, dado que ficou mais perto
da realidade que temos, infelizmente.
A verdade é que posso ter algumas ressalvas em relação a esse livro, mas
devo admitir que mostra o lado podre que todos podemos ter. Seja da polícia ou de
um civil, sempre temos aqueles dias de fúria, de dizer “chega” para alguma situação
e não sabemos como seremos visto pela sociedade. Assim como você tomará
atitudes pelo bem maior que não serão bem vistas.
Há quem vai te colocar num pedestal e dizer o quanto foi corajoso. Bem
como também terão diversos dedos apontados para você e dizendo que é um pecador
e vai arder no inferno. Mas cabe apenas a nós lidar com as consequências de
nossos atos. Esse livro mostra o quanto lidar com nossa parte podre pode ser um
caminho sem volta, o que me foi um belo tapa na cara.
Falando sobre a obra em si, eu gostei bastante da versão física. Tem uma
diagramação bonita, com uma revisão bem feita e fonte confortável à leitura.
Além disso, as páginas são grossinhas, ajudando mais ainda na experiência. Em
resumo, é uma leitura que me deixou impactada e que recomendo. Porém,
prepare-se antes para cenas fortes.
Já leram esse livro, ou algum outro da autora? Curtem livros que te dão um soco no estômago assim? Me contem aí!
Obs.: Texto revisado por Emerson Silva
Oi Hanna! Essa história pelo visto é daquelas que nos fazem pensar sobre certo e errado. De fato todos temos nossos dias de fúria e nem sempre os atos que cometemos são vistos com bons olhos. São situações difíceis de julgar e se colocar na pelo do outro é mais complicado ainda. O livro parece ser intrigante e darei uma chance logo que tiver oportunidade.
ResponderExcluirBjos!! Cida
Moonlight Books
Espero que goste da leitura, Cida. E sim, a ideia é bem essa mesmo, a de nos fazer refletir como pessoas e nossas atitudes entre a sociedade.
ExcluirOlha, só pelo título já me deu vontade de ler e se você recomenda me deu mais vontade ainda. Cenas fortes eu amo, já está anotado aqui na minha lista
ResponderExcluirQue bom saber disso, haha. Espero que goste da leitura, =)
ExcluirOi, Hanna. Tudo bem? Parece um Thriller instigante, né? Fiquei curioso com a obra. Que bom que curtiu. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/?m=1
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirwow que história. Gosto de livros que nos remetem a realidade e essa corrupção que o personagem encontrou dentro d história é o que mais acontece no mundo, principalmente aqui no Brasil. Não acredito que a sarah é boba, parece que ela tinha tudo pra ser uma personagem boa rsrs, que pena. Gosta do história e não conhecia essa editora.
Até mais 💜
https://www.relatosdalih.com.br/