Amantes das séries: Better than us

em 28 setembro 2019

 
Leis da Robótica: 

1. Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal;
2. Um robô deve obedecer às ordens dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei;
3. Um robô deve proteger sua própria existência, desde que que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Lei.


Inteligência artificial
Foto: Divulgação


    Olá meu povo, como estamos? Vamos falar sobre robôs? Não, o Mundinho da Hanna não virou um blog de tecnologia (embora eu curta o assunto). Mas o Mundinho ama ficção científica, e robôs se incluem nessa categoria.
   Amo tanto livros, quanto séries e filmes com o tema, e atualmente estou fissurada na série russa que apareceu no catálogo da Netflix: Better than us.





Better than us
Foto: Divulgação/Netflix

    Imagine um futuro em que temos robôs para tudo? Hoje sabemos que boa parte dos atendimentos que procuramos em SACs de empresas são feitos por robôs antes de falarmos com um atendente humano, quando falamos... Agora imagina robôs que tem preços acessíveis a ricos e classe média, que tem aparência de humanos, falam como humanos e ainda tem sentimentos?
    Não, não estou louca. Em Better than us (melhor que nós, em tradução literal), temos um futuro não muito distante do que vivemos. Não espere carros flutuantes, roupas maneiras ou teletransporte. Aqui temos pessoas com realidade bem próxima da nossa. Carros antigos (antigos mesmo, clássico dos anos 1970) ainda circulam pelas ruas, pessoas ainda vão à escola, cinema, teatro... e trabalham em grandes empresas. A grande diferença está no acesso das pessoas a robôs. Aqui, robôs são nossos companheiros quando estamos mais velhos, nossos mordomos, nossas babás... e até amantes. Sim! A Chronos é uma empresa grande e forte, que se tornou famosa por fabricar as mais variadas formas de robôs para sexo.
   Apesar da empresa ser forte, a novidade de robôs para sexo não é aceita por muitas pessoas, sendo motivo de vários jornais e documentários, sobre o quanto isso pode ser prejudicial ao contato humano. Mas a questão é: por que os robôs são usados para isso? Será que não existem casais suficientes? Ou as pessoas apenas querem ficar isoladas de outros humanos? Enquanto rola esse debate infinito, a Chronos ganha mais e mais dinheiro, com caras ricos que querem ter "suas brincadeiras" sem suas esposas estarem por perto, ou não querem que saibam de seus fetiches ou opções sexuais de verdade.
    Robôs com esse fim são fabricados de toda forma, a escolha do freguês, mas o diretor da empresa Viktor Toropov, está interessado em tecnologias novas. Ele acaba comprando um robô revolucionário, no mercado negro. O robô, que se chama Arisa, tem a habilidade de imitar o livre arbítrio! Sim, livre arbítrio meu povo! Toropov vê nisso uma grande oportunidade de ganhar o mercado de homens mais nefastos, com a desculpa de que vai acabar com estupros, livrando a sociedade de violência desse tipo, pois Arisa seria o robô que sofreria tudo isso (mesmo sendo um robô, ainda acho essa ideia nojenta! Estupro é estupro, não importa com quem!).
   Mas tem um pequeno probleminha. Arisa é diferente de todos os robôs já projetados, por ter livre arbítrio. Mesmo assim, ela não estaria longe das Leis da Robótica de Asimov... pelo menos era o que se pensava. Logo no primeiro episódio, vemos Arisa, sem dificuldades, quebrar a Primeira Lei, o que gera escândalos para a Chronos (se isso te lembra 'Eu, Robô', do próprio Asimov, não está erradx. A ideia é uma nova versão do clássico sci-fi).



Better than us
Foto: Divulgação

   Arisa é uma robô inteligente e sabe que precisa sair da empresa, é aí que conhece a pequena Sonya. Ela estava bem perto da empresa, pois seu pai, Safronov, estava trabalhando na cena do crime no momento. Sonya logo se apaixona pela robô e a adota como sua, ainda mais quando Arisa a cadastra como usuária primária. Isso porque Arisa nunca foi um robô de sexo, ela foi programada na China, projetada para cuidar de famílias, de crianças pequenas principalmente.
   E Sonya se encaixa perfeitamente nesse perfil. Contra a vontade, Safronov acaba levando Arisa para casa, e ele não sabe no vespeiro que meteu sua família, ainda mais quando descobrir o potencial de Arisa.
  Better than us tem uma combinação incrível de "tiro, porrada e bomba" com os clássicos sci-fi de Isaac Asimov. Aqui temos Arisa, a única testemunha de um crime na Chronos. Toropov quer sua robô dos ovos de ouro de volta e não mede esforços para tal. Até porque ela sabe de segredos que precisam ser apagados. Some a isso uma investigação policial, feita por um detetive já desacreditado na própria polícia e ainda temos uma movimentação rebelde, chamada de Os Aniquiladores, que querem destruir todos os robôs já criados, para que o convívio dos humanos volte como era antes.


Better than us
Foto: Divulgação



Better than us
Foto: Divulgação


   A ideia dOs Aniquiladores não é de todo errada. Afinal o surgimento de robôs cada vez mais inteligentes e modernos tirou o emprego de muita gente. O povo está muito revoltado, principalmente as pessoas que lutaram tanto para estudar e se formar. Pense em quantos médicos e enfermeiros que estudaram e sofreram pacas, para lidar com hospitais, passar numa faculdade, residência, para no fim serem substituídos por robôs, que em menos de um dia aprendem as mais modernas conquistas da medicina.
   O que os empresários vêem como economia, pois os profissionais dessa área serão convidados a se aposentar antecipadamente, vários profissionais vêem como pesadelo, pois estão é desempregados e não recebem o suficiente para se manterem.
   Empregos estão acabando, ricos ficam mais ricos vendendo robôs que acabam com mais empregos. Com isso, os índices de crimes estão aumentando, principalmente contra os próprios robôs, que são vítimas dos rebeldes que querem seus empregos de volta.
   Tudo gira em torno da Chronos, que seria a culpada de toda a confusão. Além dos problemas com os rebeldes, some a robô mais valiosa e ainda que pode quebrar as Leis da Robótica. Isso pode ser um perigo para a Humanidade, mas Toropov quer mais é vender a tecnologia chinesa, escondendo esse pequeno detalhe.
   Safronov atua como legista na cena de crime da Chronos. Mesmo que ele saiba a verdade que as provas lhe mostram, está sendo ameaçado de todos os lados. Uns querem que conte a verdade, outros querem que ele minta. E ainda tem a Arisa na casa dele, que adotou a família dele como sua, mas Safronov sabe que ela tem um dono poderoso demais. Além disso, se Arisa filmou o que aconteceu realmente, claro que qualquer pessoa veria o que estava filmado. Logo, todos deveriam morrer... ou será que não? 
   Outra coisa é que Arisa foi parar no mercado negro por um motivo, que só nos é explicado no decorrer dos episódios, e é de cair o queixo. A tecnologia dela não pode ser replicada, pois é avançada demais até para os russos que a dominam com maestria. Arisa esconde segredos não apenas da Chronos, mas de sua própria origem. Safronov é um médico desempregado, que ganha a vida como legista de quem lhe paga mais. Mas não pense que ele é um sofredor, Safronov é mais esperto do que se pensa e vai dar muito trabalho a Toropov.
   Sonya é uma gracinha e acaba gerando uma ligação com Arisa que é muito bonitinha. Apesar de Arisa ser um robô, ela tem pensamentos e ideias que estão em constante evolução, o que a faz mais humana que muitos humanos de fábrica (rsrsrs)...  Mas ainda é um robô e entende as coisas muito literalmente. Então vemos constantemente seus dilemas para entender os humanos e agir como eles. Mas a questão é? Isso é realmente necessário? Isso é nosso futuro? Ter robôs que ajam como nós deveríamos agir?

Better than us
Foto: Divulgação


  Better than us é uma série de duas temporadas, mas apenas a primeira e está disponível no catálogo da Netflix. São 16 episódios que vão te deixar de queixo caído em boa parte. Não dava nada pela série, e até ia assistir sozinha, pois minha mão não curte sci-fi e odeia filmes com robôs.  Mas essa série tem muito mais do que isso. A crise que a Chronos enfrenta tem muito jogo político, suspense policial e ação no meio, o que não faz com que o sci-fi fique tão aparente, a não ser por girar em torno de robôs, que apesar de serem o centro das atenções, não fazem isso o tempo todo. O que atraiu atenção da minha mãe e acabamos maratonando a série rapidinho!
   No entanto, não venham pensando que todos os episódios são maravilhosos. Ela começa muito bem, tem uns ganchos que te prendem para o próximo episódio, mas no meio parece que perde o foco e muda para cenas meio que desnecessárias. No entanto, em algumas partes temos umas discussões importantes, sobre o real valor da família e o contato humano em si.
   A série faz com que pensemos no quanto estamos nos tornando dependentes de tecnologia e nos afastando uns dos outros. Tem vários resgates a autores célebres de livros e filmes que tratam do gênero. Os Aniquiladores tem seus motivos para serem rebeldes, mas até que ponto isso também é um legítimo protesto e se torna vandalismo por si só?
   A Chronos começou com uma ideia "revolucionária", mas até que ponto precisamos de robôs para acabar com crimes de violência sexual? Será que Freud não explica? Será que não tinha outro método de lidar com isso? Além disso, se uma pessoa é casada e compra um robô para sexo, isso é considerado traição, ou fetiche, já que o cônjuge não estará presente? 
   E as Leis da Robótica de Asimov foram criadas na década de 1950, quando não se tinha tecnologia para nem pensar nessa possibilidade ainda. Mas o autor foi capaz de criar um mundo incrível em seus livros, que se tornaram séries e filmes até hoje aclamados. No entanto, há uma curiosidade e ao mesmo tempo um medo imenso de que robôs se rebelem contra seus criadores. Arisa é robô que não obedeceu a essas leis. Coisa semelhante aconteceu também em 'Eu, Robô?'. Será então possível que outros fizessem isso também? O que seria do nosso futuro? Seremos substituídos, literalmente por máquinas?
    Better than us é uma série que vale a pena dar uma chance. Estou curiosa para saber o que acontece na segunda temporada. 





Ficha técnica:

Série: Better than us

Temporadas: 2

Episódios: 16 (na primeira temporada)

Ano: 2018       




8 comentários:

  1. Oi Hanna
    Não tinha ouvido falar dessa série ainda.
    Eu tenho medo de um mundo dominado pelos robôs. Já é difícil conseguir um emprego no cenário atual .Imagina em um onde disputamos com robôs que sao bem menos sujeito a imprevisibilidade do que nós.


    Bem, voltando a série, eu não acho que faz meu estilo. Assim como você eu acho que "/estrupo" é uma coisa horrível e não me importa se a vitima é criança, adulta ,esposa, prostituta ou robô .É um assunto que me tira do sério e tento desviar de assuntos o máximo que posso.
    Mas a ideia é bem interessante

    Beijos


    Meu mundinho quase perfeito

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    1. Pois é Babi, emprego já está tão difícil, imagina ainda ter que competir com robôs? E fiquei chocada também com essa questão de robôs para sexo, independente da finalidade, é muito estranho. A série em si vale muito a pena ver, até pela trama mesmo, mas vai ficar revoltada com essa questão sim, como eu fiquei também.
      Bjks!

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  2. OI Hanna, adorei a dica de série. Gostei por ser uma série russa e gosto de assistir produções de outros países. Gostei pela temática da robótica que parece algo distante, mas está cada dia mais presente nas nossas vidas.
    beijos
    Chris
    Inventando com a Mamãe / Instagram  / Facebook / Pinterest

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  3. Assim que vi as três primeiras leis, logo associei a Eu Robô, também adoro o tema. Acredito que como você falou, essa realidade não esteja tão distante de nós e adorei o tema que a série escolheu trabalhar.

    Beijos

    Imersão Literária

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    1. Olá Leyanne, é realmente uma versão "mais moderninha" de Eu, Robô, você não errou, rsrsrs.
      E sim, não sei se felizmente ou infelizmente, essa realidade não está tão distante de nós.
      Bjks!

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  4. Quando eu li Isaac Asimov a resenha já me ganhou. Ele revolucionou totalmente a visão que tínhamos dos robôs e até hoje suas obras tem grande influencia. Eu nunca nem tinha ouvido falar nessa série mas com toda a certeza do mundo ela está na minha lista para maratonar o quanto antes. Inclusive, estou lendo um livro do Isaac nesse momento. Fico feliz em saber que também gosta muito dele. <3

    Abraço,
    Parágrafo Cult

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    1. Temos algo em comum então Larissa: a paixão por Asimov. S2
      Espero que goste da série, quando tiver a oportunidade de assistir, me conta o que achou?
      Bjks!

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