Olá meu povo, como estamos? Hoje trago a resenha de ‘Loucos por Livros’,
um romance novinho no mercado e também já relativamente hypado entre os leitores.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
29/60
Livro: Loucos por Livros
Autoria: Emily Henry
Tradução: Ana Rodrigues
Editora: Verus
Ano: 2023
Páginas: 453
Os livros são a vida de Nora Stephens - e ela definitivamente não é o tipo de heroína dos livros. Não é a garota impulsiva, nem a descontraída e especialmente não a meiga. Na verdade, as únicas pessoas para quem Nora pode ser considerada uma heroína são seus clientes, para os quais ela consegue contratos polpudos como agente literária, além de sua amada irmã mais nova, Libby.
E é por isso que Nora concorda em passar o verão em Sunshine Falls, Carolina do Norte, quando LIbby implora por uma viagem de irmãs. Secretamente, Libby espera que uma autêntica experiência no interior transforme a vida de Nora, que a irmã está convencida de que precisa se tornar a heroína de sua própria história. Mas, em vez de piqueniques no campo ou encontros inesperados com um belo médico, ou quem sabe com um barman musculoso, Nora esbarra em Charlie Lastra, um editor ranzinza que ela conhece de Nova York. Seria um daqueles encontros fofos se não fosse o fato de que eles já se viram antes - e nunca foi fofo. Se Nora não sabe que não é a heroína ideal, Charlie também sabe que não é o herói de ninguém. Mas, à medida que se veem juntos repetidas vezes - em uma série de coincidências que nenhum editor que se preze permitiria - o que eles descobrem pode acabar por deslindar as histórias cuidadosamente elaboradas que eles escrevem sobre si mesmos.
Nora Stephens é um verdadeiro tubarão quando se trata de proteger seus
contratos com os autores a quem agencia. É bonita, inteligente e não mede
esforços para ter o que deseja, muito menos para defender seu salário gordinho
no fim do mês.
O mesmo se aplica quando se trata de Libby, a irmã mais nova de quem
cuida desde criança. A jovem sempre faz de tudo para agradar a caçula,
especialmente agora que está grávida do terceiro filho. No entanto, seu pedido
da vez será algo bastante inusitado: passar um mês de férias, só as duas, em
uma cidadezinha no meio do nada.
A princípio, Nora não quer largar o caos de Nova York. Porém, aceita a
proposta e acompanha Libby até Sunshine
Falls, na Carolina do Norte.
A escolha da cidade, no entanto, embora inusitada,
não foi aleatória: o local é cenário de um dos livros que a moça agenciou e
está bastante hypado atualmente. Além
disso, seria a chance de realizar o desejo de sua irmã: viver um romance digno
de comédias românticas.
Só que a moça esbarra em Charlie Lastra, o editor ranzinza e esnobe, com
quem teve uma péssima entrevista tempos atrás. O rapaz parece sempre estar em
todos os lugares por onde Nora passa, o que dificulta os planos dela. Ou será que ajuda?
“Para qualquer pessoa que queira tudo – começa ela –, que ela possa encontrar algo que seja mais do que o bastante.”
Nunca tinha lido os livros da Emily Henry por puro receio. Isso porque
suas obras já chegaram ao Brasil bem famosinhas e parece que a “poeira nunca
abaixa”. Em especial agora que o terceiro livro estreou prometendo suspiros
apaixonados aos leitores, regados a muitas risadas e reflexões.
Confesso que deixaria para conferir essa “promessa milagrosa” bem
depois. Mas acabei furando a fila de leitura por conta do Clubinho da PJ, que elegeu ‘Loucos por Livros’ para maio. E,
concluída a leitura, posso dizer que a obra quase valeu o hype.
A narrativa é em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Nora. A
personagem me conquistou logo no início por ser o completo oposto do que se
espera de uma mocinha de comédias românticas.
Ao contrário do clichê, ela não quer nem saber de relacionamentos. Sua
vida está muito bem profissionalmente, assim como a pessoal.
Nora gosta de ser
solteira e é bem resolvida em relação a isso. Embora trabalhe bastante e esteja
sempre correndo a la ‘O Diabo Veste Prada’, a semelhança vai até a página dois.
Essa é a questão em relação às mulheres. Não há uma boa maneira de ser mulher. Se você expõe suas emoções, é histérica. Se as mantém sob controle, de modo que seu namorado não precise se preocupar com elas, não passa de uma megera sem coração.”
Isso porque a protagonista consegue tempo de qualidade para estar com a
irmã e as sobrinhas. O que muito me chamou atenção e rendeu uns pontos para a
leitura, pois trouxe um modo de vida no qual eu me identifico. Ainda, mostra
que podemos muito bem ter bastante coisa para fazer, mas também dar pausas sem
se arrepender por causa disso.
Mesmo assim, não é o que Libby pensa ao arrastar Nora para viajar de
férias, rumo ao meio da Carolina do Norte. A primeira está toda animada e
ansiosa por viver dias semelhantes ao que encontra nos livros de romances água
com açúcar dos quais é fã. Já a irmã mais velha só quer fazer as vontades da
caçula grávida para poder voltar logo ao local que mais ama na vida: o caos de
Nova York.
Este seria também um tempo em que Nora poderia pensar no novo romance de
Dusty, a autora que ela agencia. Sua maior preocupação é para que o novo
trabalho seja melhor aceito pelos editores, ao contrário do que aconteceu em
‘Só Uma Vez na Vida’, rejeitado por Charlie Lastra e motivo de rusgas entre os
dois.
Nora tem um bom faro e sabe quando uma obra tem chance de render
contratos milionários e não está disposta a baixar a cabeça para nenhum editor
que diga o contrário, criando até ranço entre eles. Assim, foi uma grande surpresa
quando a moça descobre que precisará trabalhar logo com Charlie, seu novo
inimigo editorial, para garantir que Dusty tenha seu livro publicado o quanto
antes.
A protagonista ainda está assimilando a notícia quando esbarra com o
novo colega de trabalho onde menos esperava: a cidade onde foi passar suas
férias. Ainda, o relacionamento desses dois é, ao mesmo tempo, dentro e fora
dos clichês.
Charlie é um homem charmoso e chama atenção por onde passa. No entanto,
tem uma personalidade peculiar e é bastante ranzinza e teimoso quando quer.
Nora, por sua vez, não está disposta a perder o posto de tubarão tão cedo. Contudo,
ambos têm um ponto em comum: o amor incondicional pela literatura.
“Nos meus livros favoritos, o final nunca é exatamente o que eu quero. Sempre há um preço a se pagar.”
Aos poucos, vamos conhecendo um pouco sobre cada personagem e nos
apaixonando pela cidade pacata, porém cheia de histórias escondidas. Temos
diversos elementos clichês que podemos esperar em romances água com açúcar,
como personagens simpáticos e sempre de bom humor (parece que ninguém nunca tem
problema, nem boleto para pagar quando mora em cidade pequena, só pode),
lugares inusitados e um bom samaritano que sempre salva o dia e todo mundo
termina “feliz para sempre”.
Contudo, em meio a tudo isso, temos elementos contrastantes, os quais
deixaram a leitura mais interessante e meio fora da caixinha. Temos cenas
engraçadas, porém elas não tomam boa parte da trama, deixando espaço para assuntos
sérios.
A começar por Nora e Libby, que são bastante unidas, mas tem contas a
acertar. Embora a mais velha tenha boas intenções e motivos que descobrimos ao
longo das páginas, achei protetora demais.
Por diversas vezes vi a personagem
fazendo um esforço que não era reconhecido e me deu agonia. Embora tenha gostado
do seu jeito de ser, me perguntava como ela tinha tanto tempo para trabalhar da
forma como fazia e ainda ter tempo de bancar a Mulher Maravilha sem braceletes.
“Às vezes, mesmo quando a gente começa a ler pela última página e acha que sabe tudo, um livro encontra um modo de nos surpreender.”
“Quer dizer, você obviamente não precisa de ninguém, mas merece alguém que compreenda como você é especial!”
Já a caçula é uma romântica incurável e acha que todo mundo tem que ser
como ela. Mas a forma como fez isso só me fez pensar na personagem como uma
adolescente mimada que esqueceu de crescer.
Ainda por cima, se mete tanto na
vida da irmã, apontando o dedo para ela e fazendo comentários desnecessários,
que fiquei pensando se aquilo era amor ou inveja por Nora ser bem sucedida e
ela uma indecisa. Embora as duas se amem, achei que Libby forçava a barra
demais e tinha motivos que não me convenceram em momento algum.
Porém, a jornada de amadurecimento de Nora e Charlie ganhou meu coração
e fez a leitura toda valer a pena. Ambos fizeram jus a idade que tinham e
agiram de forma exemplar em diversos momentos. O relacionamento dos dois é
desenvolvido de forma lenta, contudo de modo convincente e bem construída,
rendendo mais alguns pontos para a trama.
“Quero fazer tudo isso durar, e preciso saber como termina. Quero terminar, e preciso que continue para sempre.”
Além disso, a moça teve atitudes que gostei bastante, como uma bela
resposta a tantos romances que vemos por aí, mostrando que tudo bem se
apaixonar e continuar defendendo seus ideais. O mesmo posso falar de Charlie,
que não é um príncipe encantado, mas um cara normal, que tem problemas como
qualquer outra pessoa. Assim o detalhe está em como irá reagir para resolvê-los
como um adulto.
Apesar de eu ter demorado a me conectar com os personagens, em certo
momento o grande “tchan” aconteceu e simplesmente me apaixonei pela leitura. O
desfecho, assim como toda a história, é previsível e lento.
Ainda assim, é
digno, crível e mantém o pé no chão, mostrando que pessoas normais também podem
ter seus contos de fadas, sem precisar de varinhas de condão ou cavalo branco.
No entanto, embora tenha gostado, senti falta de algumas respostas de questões
que ficaram pelo meio do caminho e, por isso, tive a sensação de buraco na
história.
Li esse livro em versão digital (disponível no Kindle Unlimited). Posso falar que tem uma diagramação bem feita,
assim como a revisão. A capa não é das mais bonitas, porém segue o padrão que a
editora vem fazendo para as demais obras da autora.
Resumindo, ‘Loucos por Livros’ é um romance moderno, ainda que tenha um
pé no clichê. Além disso, tem toda uma declaração de amor aos livros, que só
quem é leitor apaixonado pode entender. Assim, recomendo a leitura, porém não
espere grandes reviravoltas.
Já leram esse ou algum outro livro da autora? Gostam de clubes de leitura? Me contem nos comentários!
Obs.: Texto revisado por Emerson Silva
Oi, Hanna! Tudo bem?
ResponderExcluirAdorei a sua resenha, gosto quando encontro uma resenha longa, com muitos detalhes sobre a experiência de leitura. Também estava como você, esperando para ler algo da autora, mas parece que ela está sempre no hype, rs.
Peguei os 3 livros dela no Unlimited para dar uma chance, e acho que vou começar com esse!
Os Delírios Literários de Lex
Ownt, fico feliz que tenha gostado da resenha, viu? E espero que goste das leituras também. ^^
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