Olá meu povo, como estamos? Hoje trago a resenha de ‘A Catedral do Mal’,
um suspense psicológico italiano que muito me surpreendeu.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Obs.1: Livro lido em parceria com o autor (Publicidade)
Obs.2: Disponível no catálogo do Kindle Unlimited
ALERTA: Pode conter gatilhos de violência extrema
30/60
Livro: A Catedral do Mal
Autoria: Giannicola Nicoletti
Tradução: Ademir Munhoz
Editora: Independente/Amazon
Ano: 2022
Páginas: 191
A curiosidade é uma parte intrínseca da natureza humana.
Um instinto tão poderoso e sofisticado que nos ajuda ao longo de nossas vidas.
Facilita nosso conhecimento, motivação e até mesmo a sobrevivência.
Mas, às vezes, pode nos custar caro.
Johnny Baker é funcionário da equipe de manutenção da Catedral de São
Paulo, localizada em Elawer. Por ser uma cidade pequena, tudo gira em torno da
igreja, bem como do padre Luís, o pároco responsável.
Assim, o calendário segue lotado com diversas festividades e
matrimônios, como o que vai acontecer logo nesse dia. Por conta disso, os trabalhadores da manutenção precisam concluir rapidamente os trabalhos a tempo
de arrumarem o local para um casamento no fim do dia.
Baker está com pressa pois, além de ter recebido tais ordens, está
curioso por saber quem será a noiva da vez e pretende entrar de penetra na
festa, junto com seu amigo Brad. Ambos se arrumaram e pretendem ficar nos
bastidores da cerimônia, a fim de não serem descobertos. No entanto, acabaram
esbarrando em certos segredos impensáveis, escondidos entre os muros da
catedral.
A curiosidade fala mais alto e a dupla parte em busca de respostas. O
problema é que nem todos os segredos podem ser revelados sem consequências.
Será que os rapazes sobreviverão à tais descobertas?
“Aquela foi a confirmação de que ele sabia de tudo o que estava acontecendo e que eu tinha acabado de entender.”
Cá estou eu mais uma vez com os livros do Giannicola. Conheci a escrita
do autor ainda esse ano, quando li ‘PesadeloReal’. Se no primeiro contato eu vi uma história assustadora e com
requintes de crueldade, aqui eu vejo uma trama tão sombria quanto, porém mais
puxada para o suspense psicológico.
Mantendo o estilo noir, a
narrativa é em primeira pessoa e vemos os fatos pelo ângulo de Baker. O rapaz é
um funcionário da manutenção da Catedral de São Paulo e obedece as ordens do
padre Luís.
A população do entorno, por sua vez, é bastante pacata e misteriosa, o
que mantém a vibe sombria do lugar.
Baker sempre foi curioso, em especial para saber da história da igreja onde
trabalha. Primeiro, por ser relativamente antiga e ter muitas portas secretas.
Segundo, por conta de alguns acontecimentos recentes, os quais chamam a atenção
do rapaz.
Enquanto tentava entrar de penetra num casamento, ele e seu amigo Brad
esbarram em coisas misteriosas que não deveriam estar dentro de uma igreja. A
tentativa de bancar o detetive amador não funciona da primeira vez e os rapazes
acabam pagando um preço alto por isso.
“Estamos completamente esquecidos pelo mundo. Você acredita que alguém se preocupa com a gente ou com o que acontece aqui?”
Contudo, nem por isso Baker deixou de investigar. Apesar de não ter
muito apoio da polícia em um primeiro momento, o rapaz consegue fazer
descobertas importantes, as quais são passadas ao leitor de forma convincente e
desenvolvida de modo digno.
Além disso, a escrita do autor é mais fluida (a
qual tem uma diferença gritante em comparação com minha primeira impressão, demonstrando
amadurecimento no processo de escrita e estrutura de narrativa), o que me
deixou imersa rapidamente na leitura e eu simplesmente não queria mais largar.
Não apenas por querer bancar a detetive amadora junto a Baker, eu precisava saber
quais outros segredos estavam escondidos por baixo dos muros e vitrais bonitos
da Catedral de São Paulo. Contudo, nem por isso a leitura deixou de ser
indigesta em certas partes.
Conforme as respostas eram dadas, o autor
caprichava em detalhes de cenas sombrias e dignas de pesadelos para quem tem
estômago mais frágil. Assim, por mais que fosse bom me ver na cena junto aos
personagens, não posso dizer que foi uma viagem que recomendo (rsrsrs).
O elenco é pequeno. Além do protagonista, somos apresentados ao inspetor
Milles, ao assustador Buck e o próprio padre Luís.
O primeiro é um bom
investigador, sempre atento aos detalhes e não está disposto a baixar a cabeça
quando sabe que tem razão. Isso rendeu uns pontos ao personagem, especialmente
quando parte da narrativa passa a ser do seu ponto de vista.
Vi um funcionário jovem e talentoso, porém por vezes era ofuscado por
superiores que queriam que ele fosse igual aos demais colegas. Entretanto,
Milles sabe que é bom no que faz e até um tanto teimoso. O que lhe faz
trabalhar bem junto a Baker, ainda que indiretamente.
Buck é o personagem mais peculiar. Com um passado sombrio e um presente
ainda mais assustador, não seria uma pessoa que você gostaria de ter por perto.
Contudo, é bastante leal ao padre Luís, por motivos que descobrimos no decorrer
das páginas.
No entanto, embora tenha medo e não ache que as atitudes do homem fossem
corretas, confesso que tive pena do rapaz quando o conheci melhor. O coitado só
queria alguém que lhe ouvisse e valorizasse. Infelizmente, a única pessoa que
fez isso tinha a mente tão quebrada quanto ele.
Já o padre Luís é um homem carismático e adorado por todos os moradores
da cidade. Sempre com um sorriso no rosto e um olhar condescendente, é quase
impossível não se afeiçoar a ele, bem como aos seus ensinamentos. No entanto, é
também um forte defensor de sua igreja, assim como de suas crenças.
Desse modo, fica a eterna dúvida sobre quem seria o responsável pelos
acontecimentos recentes no entorno da catedral. Todos são suspeitos e o tempo é
curto para resolver tudo e sair com vida de lá.
Fui surpreendida a cada página e queria saber qual seria o próximo fio
da teia sem fim de mistérios. O desfecho é fechado, crível e condizente com
toda a trama.
As respostas foram dadas de modo digno e o autor soube fechar o
arco com maestria. Os personagens principais, até alguns secundários, tiveram
seu final revelado. As pontas foram amarradas de modo justificável e eu não
pensaria em algo diferente do que vi.
“Queria tornar aquele momento inesquecível para mim, usando todos os sentidos do meu corpo.”
Contudo, embora tenha curtido bastante e simplesmente devorado a
história, nem tudo são flores. A trama é curta e tem menos de 200 páginas.
Assim, é uma leitura bem rápida de se fazer num final de semana (se tiver
estômago para isso). Mas poderia ter sido ainda mais rápida se o autor tivesse
aproveitado melhor o elenco e as cenas.
Alguns personagens secundários aparecem e são apresentados como se
fossem importantes para a história. Entretanto, desaparecem pouco tempo depois com
um mero “puf!”, como se nunca tivessem existido e tive a sensação de buracos,
como se faltasse algo. Além disso, algumas cenas irrelevantes para a trama são
detalhadas com requinte e tomam páginas que poderiam ter sido aproveitadas em
outro momento.
Concordo que eram interessantes para amarrar melhor alguns
acontecimentos envolvendo o protagonista. Porém, poderiam ter sido resumidas em
poucos parágrafos que, ainda assim, teriam dado sentido à leitura e sobraria
espaço para usar nos fatos principais.
Por conta disso, ‘A Catedral do Mal’ não levará a nota máxima. Mas
apesar das ressalvas, é uma leitura que gostei bastante.
Além disso, deixo
claro que são impressões minhas e pode ser que para você funcione
positivamente. Assim, recomendo a leitura de olhos fechados.
Em relação ao livro em si, li a versão digital. Dessa forma, posso
afirmar que a diagramação está bem feita, assim como a revisão. A capa é
simples, porém objetiva, mostrando exatamente o que nos espera ao longo das
páginas seguintes.
E aí, o que acharam da resenha? Já leram esse livro ou algo do autor? Me contem nos comentários.
Obs.: Texto revisado por Emerson Silva
Assim não sei se leria ele, mas amei a resenha, achei bem interessante
ResponderExcluirBeijos
www.pimentadeacucar.com
Que bom que a resenha te agradou, =)
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