Diz o ditado que “um é pouco, dois é bom e três é demais”, mas aqui ele
não se aplica. O terceiro volume de ‘Meu Crush
de Nova York’ traz mais um capítulo da história desse casal globalizado que me
conquistou.
Ao final do segundo livro, Charlotte e Ethan viram o mundo parar, devido
à pandemia de COVID-19. Mas, ao contrário de muitos casais que ficaram
separados, eles deram a sorte de ficarem no apartamento da moça.
Ela tinha
acabado de chegar em Houston, a fim de assumir a nova vaga na empresa na filial
estrangeira. E o seu recém-noivo não poderia perder a oportunidade de
recepcionar a amada, além de ajuda-la a se adaptar no novo país.
Porém, acabam morando juntos, ainda que de maneira forçada, pois os
aeroportos estão fechados e ele não sabe quando poderá voltar para Nova York.
Dois anos se passam e o maior medo de Charlotte é que todo o romance termine, dado
que deixaram o conto de fadas de lado e precisaram se adaptar a uma nova
realidade.
No entanto, assim como já vinham mostrando ao longo da história, esse
casal consegue se manter com o pé no chão e com a maturidade em dia. O diálogo
é bem presente na vida deles (um sonho) e Ethan sempre tem uma palavra de
conforto e carinho quando Charlotte entra em crise.
Não apenas está feliz por
ter sua amada do lado, como o casamento está de pé, mesmo sem saber quando
poderão se casar sem usar uma máscara ou tomar um banho de álcool em gel.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Após voltarem às suas rotinas, a data do evento pode se tornar mais
palpável. Entretanto, o casal se bate com o dilema financeiro.
Como vão arcar
com tantos custos, se o salário deles mal fecha as contas do mês? Entre
felicidade e crises intermináveis de ansiedade, eis que Fiorella, a Barbie
versão Brasil, tem a solução: inscrever a história de Charlotte e Ethan no
‘Apenas Diga Sim’, um dos programas de reality
show mais assistidos do mundo.
A proposta é boa, pois ganharão um casamento dos sonhos de graça. Mas será
que vale a exposição em rede nacional? Só lendo para saber.
“Somo música, somos sintonia, somos aquela melodia que gruda, que
passeia por todas as notas e que não se encontra em um solo, porque fica
infinitamente melhor em dupla.”
Terminei o segundo volume já com saudades desse casal globalizado. Entretanto,
sequer imaginava que os veria novamente tão rápido assim.
E minha surpresa foi
ainda maior quando fui presenteada com um exemplar autografado pela própria
Raffa, depois que tanto panfletei essa história (e ainda vou panfletar muito,
pois eles merecem o hype!).
Gostei que a autora trouxe uma trama bastante atual, o que já é uma marca
dela. É nítida a pesquisa que ela fez sobre os lugares abordados ao longo da
narrativa e também a situação política.
O que mais gosto é que a Raffa traz
esse apanhado sem ficar enviesado para o leitor, que tem suas próprias opiniões
e não se perde da trama central.
Além disso, após dois anos de uma pandemia em que o mundo parou, é
impossível não se identificar com o que Charlotte e Ethan passaram trancados em
casa. A sorte deles era que o rapaz tinha acabado de chegar na cidade, a fim de
visitar a noiva pelo final de semana. Porém o tempo se prolongou e eles já
começaram a morar juntos, de uma maneira inesperada.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Charlotte ainda tem seus dilemas, tentando lidar com o novo cargo e com
um romance que beira ao conto de fadas. Mas Ethan continua deixando a moça
acreditar que tudo o que eles construíram é real e concreto. O amor que esses
dois sentem é tão grande, forte e bonito, que só me fez ficar ainda mais
apaixonada.
É impossível ler e não se imaginar vivendo algo parecido com o que eles
tem. Isso porque a Raffa fez questão de manter um casal adulto, gente como a
gente e que poderia ser qualquer um com quem cruzamos no transporte público.
A relação deles já vinha se mostrando adulta, madura e pé no chão desde
o início. E aqui não foi diferente. A moça ainda tem que lidar com a distância,
pois sua família e amigos ficaram no Brasil, enquanto ela precisa sobreviver em
um país novo e a uma doença até então desconhecida.
Por conta disso, suas crises de ansiedade são constantes e perfeitamente
críveis. Acho que qualquer pessoa em seu lugar passaria pela mesma situação e
não desejo para ninguém uma crise dessas. Por sorte, Ethan se mostra um
companheiro de verdade.
Mesmo com a pouca idade em relação à noiva, o rapaz se
mostra maduro e tenta consolar a futura esposa como pode. Ele não é apenas um
amante apaixonado pelo que o Brasil poderia oferecer. Pelo contrário, é um homem
decente e que ama de fato Charlotte, como demonstra até em seu silêncio.
Sinceramente, sei que já não tenho mais idade para crush literário, mas o Ethan é um forte candidato ao cargo
(rsrsrs).
“A cada passo, a cada refrão cantado, me sinto no meio de um final de
todas as histórias de finais felizes a que assisti na vida, e que sempre achei
só serem possíveis na cabeça dos roteiristas.”
Contudo, independente do amor que sentem, sabem que só alimentar o
sentimento não paga as contas. Então, se viram como podem para não ficarem
apertados no final do mês. É exatamente essa situação que incomoda os
protagonistas, quando pensam em um evento bastante aguardado no Brasil (e pelos
leitores também): o bendito casamento.
Quem já fez uma cerimônia com festa sabe o quanto pode sair caro.
Imagina isso tudo pago em dólar? Ethan tenta fazer de tudo para agradar
Charlotte, mas ela sabe que nos EUA existem certas tradições em relação ao
matrimônio. Por isso, se sente ainda mais pressionada quando Fiorella arranja ideias
bem mirabolantes para resolver o problema, como se vivessem em um filme de
comédia romântica.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
As cenas, embora cômicas, refletem a preocupação crescente da
protagonista. A coitada se sente com a corda no pescoço a cada vez que lhe perguntam
a respeito da data, a qual não pode ser marcada enquanto não estiverem todos
vacinados.
Contudo, entre diversas soluções impossíveis, eis que a Barbie versão
Brasil apresenta uma mais palatável: inscrever o casal no reality ‘Apenas Diga Sim’. Eles ganhariam o casamento dos sonhos
gratuitamente, em troca de ter sua história transmitida em rede nacional.
Ethan se anima com a ideia, assim como todos à sua volta. No entanto, a
mais interessada (a noiva) nem tanto. Isso porque a proposta seria maravilhosa,
se não fosse o mundo inteiro vendo a intimidade deles. O dilema é tenso e eu
entendo o lado da Charlotte. Já é complicado demais lidar com as fofocas quando
não se é uma pessoa dentro do padrão da sociedade, tentando ser feliz
discretamente com a pessoa que ama. Imagine ter sua vida transmitida para todos
os enxeridos que existem?
Como também já é de se esperar em um romance, certas cenas são
previsíveis, em especial as mais constrangedoras, conforme o casamento se
aproxima. Porém, o que mais gostei foi a forma como a protagonista lidou com
tudo de cabeça erguida e mandando o recalque passar longe.
Se antes eu já achava Charlotte uma mulher madura e segura de si, aqui
eu vi ainda mais, o que serve de exemplo para qualquer moça que passe por uma
situação parecida (estando nos EUA ou aqui mesmo no Brasil). Minha vontade era
de abraçar ela, levantar a bandeira do respeito e sair mundo afora buscando
mais gente para participar do movimento.
O desfecho é lindo, apaixonante e digno de toda a trilogia. Me apaixonei
mais ainda pela forma como terminaram. Além disso, achei maravilhoso que a
autora não colocou um final feliz clássico, como se tudo terminasse no beijo e
pronto. Pelo contrário, mantendo o pé no chão da trama, mostrou que era apenas
uma fase da vida que deu certo, mas ela segue e ainda pode ter outros
obstáculos a serem enfrentados.
“[...] Se essa cena fosse um filme ou livro,
saberíamos que não seria o final, mas apenas mais uma temporada de novas coisas
a serem vividas.”
Finalizei a leitura com um sorriso no rosto e a esperança de um 2023
quentinho no coração. O que gostei muito ótimo, pois foi o último livro do ano.
Em relação à obra, ela é curtinha, com menos de 200 páginas. Mantendo a
escrita fluida e bem gostosa, li em questão de dois dias. A diagramação segue o
padrão do primeiro volume, com a janela de avião na capa, porém em tons de
roxo. A revisão está muito bem-feita, além de uma fonte legível e confortável à
leitura.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Em resumo, se procura uma leitura rápida — seja para aproveitar as
férias de verão ou sair de uma ressaca literária — super recomendo a trilogia
de ‘Meu Crush de Nova York’. Você vai
sorrir, chorar e ficar com raiva em alguns momentos, mas o mais importante: vai
terminar acreditando no amor e nas pequenas formas como ele se demonstra. Para
isso, basta manter os olhos bem abertos e perceber as nuances igualmente suaves.
Já leram essa trilogia, ou algum outro livro da autora? Tem alguma autora nacional que vocês gostem bastante e leem até a lista de compras? Me contem aí!
Oie, adorei que as capas se combinam e acho que iria adorar ler os livros. Que bom que gostou dele.
ResponderExcluirBjs
Imersão Literária
Sim, é um amor a combinação delas, né? Eu adorei também. ^^ Super recomendo a leitura, =)
ExcluirQue livros mais interessantes. E com as capas da coleção combinando ainda! Enfrentar uma pandemia é um desafio e tanto para o casal, imagino. Ter que morar junto e tal é complicado, contas pra pagar e tudo mais. Parece ser uma história linda.
ResponderExcluirSim, é uma história muito fofa e que recomendo de olhos fechados, ^^.
ExcluirOi Hanna.
ResponderExcluirEu ainda não tive a chance de ler nenhum dos livros dessa série. Eu vi eles através das redes sociais da editora, mas a sua resenha despertou o interesse pela leitura. Vou adicionar os três livros na lista de desejados, quero saber como o casal enfrentou a pandemia.
Bjos
Ownt, que amor! Fico feliz que tenha gostado da resenha e que ficou interessada em ler os livros. Super recomendo a trilogia. ^^
ExcluirOlá, Hanna! Acabei de conhecer a autora, mas já me encantei com ela. Como é bom poder ler histórias com as quais nos identificamos.
ResponderExcluirSua resenha me deixou com aquela vontade de comprar os 3 de uma só vez! Gostei muito da forma como apresentou o livro e o trabalho da Raffa.
Muito grata por compartilhar suas impressões sobre a leitura. Até breve!
Que ótimo, Vanessa. Fico muito feliz que tenha gostado e espero que possa ler também e se aventurar no romance desse casal mais lindo da literatura nacional. S2
ExcluirOi. Convivência não é algo simples e o felizes para sempre pode vir acompanhado de grandes dificuldades, uma pandemia, crises financeiras e de ansiedade e por aí vai, o inesperado é o que temos por certo e gostei de que a obra traz esses temas. Não sei se ia querer ter minha vida exposta, viu. Espero ter a oportunidade de ler a obra.
ResponderExcluirPois é, não é nada fácil, especialmente no começo, né? Acho que a obra mostra bem isso, e o melhor, sem ser romantizado.
ExcluirOlá, Amei a indicação, sempre estou disposta a ler um bom romance. Gostei do casal e realmente parece ser um livro que a gente lê rapidinho.
ResponderExcluirOwnt, fico feliz que tenha gostado da resenha então, ^^. Super indico a leitura.
ExcluirOi, tudo bem? Ah, o que dizer de histórias ambientadas em NY? É minha cidade favorita no mundo. Quanto a relacionamentos, são bem complicados ainda mais quando uma das partes não está disposta a fazer tudo que esteja ao seu alcance para que dê certo. Morar junto com alguém exige respeito, compreensão, empatia, ceder algumas vezes, e o mais importante, procurar conhecer o outro de verdade. No namoro nos encontramos de vez em quando, mas casamento, é real, é um compromisso pra vida toda. Concorda? Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirOlá Erika, pois é, NY é a cidade dos romances, né? haha E sim, relacionamento não é nada fácil, especialmente casamento.
ExcluirOie, tudo bem?
ResponderExcluirConfesso que ainda não conhecia a trilogia, mas pelo que vi da sua resenha parece ser uma leitura muito apaixonante. E que especial ter recebido o livro diretamente da autora hein? Amei ver o quanto você gostou e parece que o livro encerra a trilogia muito bem. Vou adicionar na minha lista
Beijos
Pois é, menina. Eu fiquei doida quando vi o livro de presente em minhas mãos, S2. Amei a leitura e encerrei 2022 com o pé direito, ^^.
ExcluirQue historinha gostosa. Confesso que até hoje eu só li um livro que se passa na época de Pandemia. Acho que algumas histórias estão sendo bem atualizadas nesse quesito. Algo que marcou a humanidade, né? Incrível esses livros que ficarão para posteridade, se preocupando em contextualizar essa marca histórica. Triste, mas que fez e faz parte dos nossos dias.
ResponderExcluirEu acredito que essa história deve ser bem gostosinha de conhecer. Apesar de eu não ter lido a resenha dos outros dois livros, acredito que seja uma trama que desenvolva de uma forma que agrada o leitor. Abração
Confesso que li poucos livros que se passam na pandemia também. E esse eu nem esperava, na verdade. Mas super recomendo a leitura, não apenas por ser atualizado, mas também pelo romance levinho e divertido.
ExcluirOiiie Hanna!!
ResponderExcluirEu adoro a escrita da Raffa e que delicia deve ter sido ler esse livro como último do ano.
Eu já li os dois primeiros e acredito que esse último seja tão incrível quanto os outros dois.
Essa é uma leitura que eu com certeza vou fazer em 2023. Obrigada pela dica! :)
Olá Camila, que bom que temos uma autora em comum, haha. Se leu os dois primeiros, certamente vai adorar o desfecho deles, =).
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