Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha de ‘Treze À
Mesa’, um thriller clássico, escrito
pela “Rainha do Crime” Agatha Christie.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
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Livro: Treze À Mesa
Autora: Agatha Christie
Editora: Harper Collins
Ano: 2019 (original em 1933)
Páginas: 256
Jane Wilkinson é uma famosa atriz americana, casada com um membro da aristocracia inglesa – mas não por muito tempo: ela deseja desesperadamente o divórcio, e chega ao cúmulo de pedir a Hercule Poirot que intervenha em seu favor! Quando tudo parece prestes a chegar a um bom termo, o marido de Jane é encontrado morto em sua biblioteca, esfaqueado. É, então, que os enigmas vão se acumulando: como poderia Jane ter sido vista na cena do crime se os próprios jornais afirmam que naquele exato momento ela se encontrava em um jantar com outras doze pessoas? E, afinal, para que ela daria cabo do marido, se ambos já estavam de acordo com a separação? Deve haver uma explicação. Poirot precisa agir depressa, pois, segundo uma antiga superstição, quando treze pessoas se sentam à mesa, a primeira a se levantar está com os dias contados.
Poirot está de volta
com mais um caso intrigante. A cidade está em polvorosa, devido a uma nova peça
de teatro que traz no elenco duas atrizes norte-americanas fantásticas: Carlota
Adams e Jane Wilkinson. A última, em especial, chama mais atenção por conta de
seu marido, o Lord Edgware.
No entanto,
apesar do nome e status que conseguiu pelo casamento, a moça cansou e quer
mudar de vida. Para isso, precisa pedir o divórcio (que o marido aparentemente
não aceita) ou ficar viúva (o que seria para lá de suspeito).
Vendo que Lord
Edgware permanece irredutível em assinar os papéis, a atriz pede ajuda ao
também famoso detetive Hercule Poirot, a fim de convencê-lo a mudar de ideia.
Porém, pouco
depois de Poirot entrar em cena, o marido de Jane Wilkinson morre em
circunstâncias suspeitas. Tudo gira em torno da atriz, a qual dizia aos quatro
ventos que “mataria o marido se ele não assinasse o divórcio”, e não tinha medo
de dizer os detalhes do que faria com ele se tivesse a chance.
Poirot se vê,
então, incumbido de investigar o caso e confirmar se Jane, de fato, era capaz
de fazer o que tanto anunciava, ou se outra pessoa teria se aproveitado do
momento para incriminá-la.
Afinal, Lord Edgware não tinha problemas apenas com
a esposa, mas com várias outras pessoas — 12 para ser mais exata —, as quais
supostamente estavam reunidas em um jantar na hora do crime.
Cabe ao famoso
detetive descobrir quem está mentindo antes que seja tarde demais, pois existe
uma superstição antiga sobre quando 13 pessoas estão sentadas juntas a uma mesa
que parece ter um fundo de verdade.
“Embora eu não percebesse o motivo da agitação de Poirot, conhecia-o suficientemente bem para ter certeza de que era importante.”
Depois de tanto
tempo só encarando livros mais densos, estava quase implorando por obras leves
e rápidas.
Foi uma escolha bastante acertada me atender nisso, por sinal, pois
assim posso “relaxar” um pouco.
E não tem como
falar de leituras mais leves, sem considerar os casos da “Rainha do Crime”.
Sim, é contraditório fugir de thrillers
pesados lendo outros títulos do mesmo gênero.
Mas o que mais gosto nos livros
da Agatha Christie é que os mistérios são resolvidos de forma rápida e o clima
de “quem é o(a) culpado(a)” deixa a experiência relativamente mais leve, talvez
por parecer previsível.
E é o que
encontramos em ‘Treze À Mesa’. Aqui, somos apresentados ao misterioso caso de
Jane Wilkinson, uma jovem atriz que se mudou dos EUA em busca de fama e um
casamento milionário no Velho Mundo. Embora a carreira tenha seguido bem, o
casamento não saiu como a moça esperava.
Assim, ela sonha em se divorciar, para
viver uma aventura de amor com um rapaz mais jovem mundo afora.
Porém, seu marido,
Lord Edgware, não está muito conformado e se nega a assinar os papéis. Ao menos
é o que afirma a atriz desesperada.
E sua tensão está tamanha, que anuncia com
naturalidade como mataria o marido só para se separar dele.
Sua colocação,
embora chocante para Poirot, é normalmente aceita entre seus conhecidos, os
quais duvidam que ela seja capaz de “morder tanto quanto ladra”.
Contudo, a
situação muda de figura quando seu marido é encontrado morto em sua biblioteca,
apunhalado pelas costas com um canivete afiado.
A primeira e única suspeita só
poderia ser a viúva, afinal, parece que ela seria capaz de ir contra o ditado
popular e cumprir o que dizia para todos.
“Bom, vai ver que, no mundo, há mais espécies de honra do que eu supunha.”
O único
obstáculo para isso seria um jantar, ocorrido no momento do crime, o álibi
perfeito para Jane Wilkinson e mais 12 pessoas, as quais também tem uma mágoa
com a vítima, e podem estar associadas ao homicídio.
Todos poderiam ter saído
para cometer o assassinato, mas contam sempre a mesma história nos depoimentos
e a situação parece cada vez mais confusa.
Apenas Poirot
parece enxergar os pequenos detalhes e não vai desistir até descobrir quem está
mentindo e o porquê.
Com a ajuda do capitão Hastings e do inspetor Jap, eles
precisam resolver com urgência esse caso, pois parece que a morte de Edgware
foi apenas o começo de um esquema muito maior.
Como fazia
tempo que não lia os casos do Poirot e não leio na ordem cronológica certinha,
não me lembrava dele ter um ajudante.
Mas em ‘Treze À Mesa’ os fatos são
narrados por Hastings, que faz as vezes de assistente do detetive.
Além disso, o
detetive está mais velho e cansado, o que o faz melancólico em diversos
momentos.
Entretanto, confesso
que me irritei com a relação de “gato e rato” da dupla. Hastings é um nítido
jovem aprendiz.
É esperto e está aprendendo na prática as nuances do trabalho
de um dos detetives mais famosos. No entanto, Poirot vive colocando o rapaz
para baixo, reclamando de suas roupas ou mesmo de seu bigode.
Pelo que me
lembro de ter lido sobre a moda da época, realmente o bigode era um ato de
vaidade muito grande entre os homens.
Mas não sabia que existia essa disputa
para ver quem tinha o mais imponente, levada tão a sério, a ponto de praticar bullying. É exatamente isso que Poirot
faz com Hastings quase o livro todo.
Não sei dizer
se é uma personalidade do detetive, ou se tem um gosto pessoal da autora aqui
no meio. Porém me pareceu uma alfinetada para alguém próximo e até ofensivo em
determinadas cenas que nem tinham a ver com a investigação em si.
Quando não está
reclamando do bigode alheio, está se martirizando por estar velho (e rabugento,
diga-se de passagem).
Assim, Jap faz quase todo o trabalho pesado, investigando
os pormenores que Poirot tem preguiça. Ele é um bom detetive, assim como
Hastings é um ótimo observador.
Porém, teria curtido mais se o mais velho
também tivesse trabalhado e não ficasse de reizinho, esperando que as coisas
viessem na sua mão.
“Todo mundo fala que não sou inteligente – mas ao meu ver é preciso ser um verdadeiro crânio para pensar numa coisa dessas.”
Falando sobre o
caso em si, eu achei bem interessante a construção. Todos os personagens são
suspeitos, mesmo que apresentem álibis fortes.
Jane Wilkinson é uma atriz
fantástica, sem dúvidas. Não só ela, mas vários de seus amigos, que conseguem
dissimular muito bem e sair pela tangente das perguntas de Poirot e Jap.
E, conforme
eles investigavam o álibi de um, o do suspeito anterior caía por terra. Assim
fui criando várias teorias ao longo da leitura.
Algumas eu acertei, enquanto
outras eu passei batido. O desfecho é bem amarrado e sem pontas soltas. Mas
apesar de ter acertado minha teoria, ainda fiquei chocada pela forma como os
fatos foram apresentados.
Realmente, cada detalhe faz a diferença e precisamos
estar sempre atentos quando se trata da “Rainha do Crime” (rsrsrs).
“O uso da massa cinzenta é um verdadeiro prazer espiritual. É a única e exclusiva maneira de romper o mistério e chegar à verdade.”
Em relação ao
livro em si, gostei bastante dessa edição da Harper, por não apresentar
defeitos na revisão.
O que gosto nela também é o estilo da capa, que mais
parece um quadro, trazendo a cena do crime.
No entanto,
conforme fui lendo (e até comentei no post do ‘Li até a página 100’), notei que alguns detalhes dela deram um
pequeno spoiler do desfecho.
Não
atrapalhou minha experiência de leitura, já que descobri depois que tinha lido.
Além disso, a fonte é agradável à leitura e as páginas são amareladinhas e
grossas, o que facilita bastante a experiência.
Em resumo,
‘Treze À Mesa’ foi uma boa leitura, apesar das ressalvas. Recomendo,
especialmente se você gosta de livros de mistério, ou está procurando algum
título para começar a se aventurar no gênero.
E aí, o que acharam da resenha? Curtem mistérios mais clássicos assim?
Obs.: Texto revisado por Emerson Silva
Oi, Hanna. Tudo bem? Particularmente gosto bastante das obras da autora. Este aí eu não li, mas já fiquei curioso com a trama, apesar das ressalvas eu o leria certamente. Que bom que curtiu. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Sim, Luciano, curti bastante a leitura, apesar das ressalvas. E recomendo a leitura, já que você ainda não conhece. =)
ExcluirOi Hanna, tudo bom?
ResponderExcluirEu li um livro só da Agatha até hoje, preciso me aventurar em mais. Gosto de mistérios, apesar de não ler com tanta frequencia!
beeeijos
http://estante-da-ale.blogspot.com/
Sério? Pois recomendo muito os livros dela, viu? E como não são pesados, dá para ler tranquilamente e rapidinho. =)
ExcluirOlá, Hanna.
ResponderExcluirNão fala mal do meu Poirot que me dói o coração hehe. O Hastings é o Watson do Poirot e não lembro dele sendo tão jovem assim hehe. O bigode é um negócio sagrado para o Poirot, talvez por isso essa atenção toda dele no livro. Mas confesso que não lembro da história e preciso reler.
Prefácio
Eu gosto dele também, mas convenhamos que ele é um senhorzinho ranzinza de vez em quando, né? hahaha.
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