Lottie Graveney é uma mulher
romântica à moda antiga. Sonha com um pedido de casamento digno dos filmes,
além de querer fazer parte de uma família grande e feliz.
Entretanto, a mocinha
dificilmente dá sorte com os parceiros, pois é só ouvir a “palavrinha mágica”
(noivado), que eles fogem sem olhar para trás.
Sua última esperança era com
Richard, o atual namorado, que preparou um jantar especial e mais romântico possível
num restaurante chique, onde só vão os casais com planos de pedidos de
casamento memoráveis.
Contudo, suas expectativas são logo frustradas por conta
de um “erro de comunicação”, o que faz Lottie terminar o relacionamento e se
sentir a mulher mais azarada do mundo.
Exatamente nesse momento,
encontra Ben, um amor de juventude que volta lhe cobrando uma promessa de se
casarem quando completassem 30 anos.
Para Lottie, era o destino agindo e
amarrando as pontas para sua verdadeira felicidade e não há motivo para esperar
mais.
No entanto, Fliss enxerga as
coisas de uma forma diferente e tenta abrir os olhos da irmã caçula. Depois do
fracasso em fazê-la desistir do casamento com um desconhecido, a moça se une a
Lorcan, suposto padrinho de Ben, para arruinar a lua de mel do casal antes que
seja consumado e, assim, salvar a irmã de cometer um grande erro.
Nossa, como fazia tempo que
eu não lia as obras da Sophie Kinsella! Apesar de ter algumas experiências
positivas com os livros da autora, eu acabava esquecendo da existência deles e
passando outras tramas mais elaboradas na frente.
Agora que estou em busca de
leituras mais leves e divertidas, resolvi dar uma chance ao Kindle Unlimited e aceitar as indicações
do catálogo. Foi uma surpresa encontrar alguns títulos da Sophie disponíveis
para empréstimo.
‘A Lua de Mel’ traz uma
narrativa em primeira pessoa. Porém, vemos os acontecimentos pelo ângulo de
Lottie e Fliss, as irmãs protagonistas, além de Arthur, que faz uma participação
especial na trama.
Lottie é a irmã mais nova. Tem 33 anos e trabalha no setor de RH de uma grande indústria farmacêutica.
|
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Sua
vida profissional é incrível, ganha um salário bom, mora numa área bem
localizada e tem tudo de bom e do melhor. No entanto, quando se trata da vida amorosa,
é o completo oposto.
A moça já perdeu as contas de
quantos namoros longos já teve, com o qual esperou finalmente ser pedida em
casamento, mas que nunca aconteceu.
No entanto, com Richard, tudo parecia
caminhar para mudar a situação, especialmente depois do jantar romântico em um
restaurante badalado e um papo que tinha todos os indícios para confirmar o
pedido.
“O amor é tão aleatório. Tão
aleatório. É um milagre, na verdade...”
Porém, depois de contar aos
quatro ventos que ia se casar, sem ao menos ter um pedido formal, a mocinha se
frustra ao perceber que entendeu tudo errado.
Com a auto estima lá embaixo, a
única pessoa que lhe dá ouvidos é Fliss, a irmã/ombro amigo/conselheira
amorosa.
Fliss, por outro lado, tenta
se equilibrar entre o cargo de alto nível em uma revista de turismo e lidar com
um divórcio conturbado, bem como a disputa pela guarda do filho.
Não bastasse
isso, ainda tem que arranjar tempo para, não apenas ouvir o pranto da irmã, mas
também impedir que ela faça as chamadas “escolhas infelizes”, que seriam
decisões pós-término mais inusitadas, das quais ela sempre se arrepende depois.
“Os homens que querem se
casar pedem as mulheres em casamento. Não é preciso ler os sinais. Eles pedem
em casamento, esse é o sinal.”
Lendo o dilema dessas duas, é
interessante ver que são duas faces de uma mesma moeda. Isso porque Lottie quer
ser como as outras mulheres que a cercam e dizer que é casada.
Está tão
desesperada por isso que nem liga para quem seja o noivo, contanto que diga
“sim” no altar.
Já Fliss é a mulher que se
casou e constituiu uma família, mas agora lida com as consequências de suas
escolhas precipitadas e os honorários para seu advogado.
Assim, quer impedir a
todo custo que a irmã cometa o mesmo erro. Para isso, faz de tudo para impedir
o tal casamento.
Apesar de dar razão a Fliss em querer impedir o casamento da
irmã, afinal era um desconhecido se dizendo alguém do passado, mas que poderia
ser muito bem um psicopata ou pior, suas atitudes foram louváveis até a página
2.
|
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Vendo que não pode impedir o
casamento, ela praticamente invade a lua de mel para impedir que a união seja
consumada.
Aqui entram cenas mais cômicas de fato, mas também um tanto
constrangedoras que eu não sei se iria tão longe nesse objetivo.
Além disso, algumas
ocasiões poderiam levar a gatilhos ou mesmo situações de risco, como vemos pelo
ponto de vista de Lottie.
E conforme lia, sinceramente,
não sabia se ria da cena, ou se dava uns tapas na Fliss, por fazer a irmã
passar por aquilo.
Isso porque a primogênita estava tão obcecada com o próprio
divórcio e em mostrar para o mundo o quanto seu ex-marido era um monstro, que
agora qualquer homem é um potencial marido ruim, criando quase uma guerra com
todos que passam na sua frente.
A gana dela em provar que estava certa era
tamanha, que eu não sabia quem era a mais desesperada da dupla.
“A coisa desanda para todo
mundo. Depois, volta a andar. Não importa o que a pessoa estava fazendo nesse
intervalo.”
Conhecendo o elenco do lado
masculino, temos o próprio Ben e Lorcan. O primeiro é a verdadeira definição de
“vim ao mundo a passeio”.
Gosta de levar a vida no estilo “paz e amor”, o qual
tem prazo de validade quando lhe dizem “não” ou dão alguma responsabilidade.
Encontra em Lottie a válvula
de escape perfeita, já que se conheceram em Ikonos (ilha grega) e é para lá que
devem voltar, a fim de recomeçarem a vida casados.
Sinceramente, apesar do
apelo romântico, não foi um motivo que me convenceu, em especial vindo de Ben,
um sujeito sem noção e perfeita definição de um adolescente que passou dos 30.
Além disso, por mais que
Lottie estivesse ressentida pela última “bola fora”, ela tinha 33 anos (minha
idade), mas agia como outra adolescente deslumbrada e com os hormônios à flor
da pele, sem dar ouvidos à razão.
O que até explica a preocupação de Fliss em
diversos momentos (embora ainda não concorde com suas ações).
Quem parece ter um pouco mais
de juízo nessa turma toda é Lorcan, o advogado e padrinho de casamento de Ben.
Ele conhece bem a peça com quem trabalha e quer tentar proteger o rapaz das
ciladas do mundo.
“Tenho
certeza de que tem uma música da Disney sobre isso. Rima ‘beijo’ com ‘batalha
jurídica amarga’”.
Porém, a forma como faz isso
é bastante semelhante às atitudes de Fliss, com quem disputa quase uma corrida
para ver quem estraga as coisas primeiro.
Isso gera inúmeras faíscas e até
algumas cenas cômicas, especialmente quando Noah, o filho da protagonista,
entra em cena.
O menino tem sete anos e é um
amor de pessoa, que me arrancou muitas risadas no decorrer da leitura.
Além
disso, apesar dos pesares, Fliss é uma boa mãe. Mesmo quando algo dava errado,
é nítido o quanto ela não era perfeita, mas tentava ser o melhor para a
criança.
Isso a deixou mais real e próxima de muitas mães solteiras que vemos
atualmente, o que rendeu momentos de “quentinho no coração”.
|
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Apesar de ter passado raiva
com as protagonistas em diversos momentos, achei interessante que a autora
permitiu que elas amadurecessem e aprendessem com seus próprios erros.
Assim,
mesmo previsível, o desfecho foi digno e bem amarrado, sem deixar pontas
soltas, o que muito me surpreendeu.
Falando sobre o livro em si,
gostei bastante da versão que li. A diagramação está bem feita, assim como a
revisão.
A escrita é bem fluida, o que compensou as quase 500 páginas de
situações constrangedoras e inimagináveis no mundo real. Porém, atingiu o
objetivo de ser uma leitura leve e divertida, que gostei bastante.
A capa é simples, porém
direta. Traz tons de azul com um casal pulando pelas colunas gregas. Não é das
mais bonitas, confesso, mas mostra bem qual é a premissa do livro.
Em resumo, é
uma obra que recomendo, especialmente se você procura leituras mais levinhas,
mas não espere nada elaborado.
Eu acho que com a Sophie tem que ser assim, se você lê muitos livros dela um depois do outro, dá uma enjoada do estilo da autora. Mas quando você fica um tempo sem ler e aí pega um livro dela pra ler é uma delícia!
ResponderExcluirOlha, concordo, viu? Deve até ser por isso que minhas experiências com os livros dela são sempre positivas, haha.
ExcluirOi, Hanna. Tudo bem? Li uma obra da Kinsela e curti. Que bom que gostou desse aí, uma vez que, Parece ser bastante agradável. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Sim, foi uma leitura muito boa mesmo, =)
Excluir