Olá meu
povo, como estamos? Hoje trago a resenha de ‘Um Corpo na Biblioteca’, mais um
mistério da Rainha do Crime, Agatha Christie.
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
13/24
Livro: Um Corpo na Biblioteca
Autora: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2014 (original em 1942)
Páginas: 184
Ruby Keene, uma bela jovem, é encontrada morta na biblioteca da mansão do casal Bantry, aparentemente estrangulada. Dolly Bantry, a dona da mansão, chama sua amiga, a detetive amadora Miss Marple, para tentarem descobrir juntas quem é a garota, como foi parar lá, quem a matou e qual foi o motivo. Tudo se complica ainda mais quando chega até eles a notícia de outra adolescente morta, carbonizada dentro de um carro incendiado em uma pedreira. Qual será a possível conexão entre os dois incidentes?
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
O casal
Bantry, já idoso, tinha uma vida tranquila e monótona em sua mansão. Porém,
tudo muda num piscar de olhos quando a empregada aparece nervosa logo pela
manhã.
Ela alega
ter encontrado um corpo na biblioteca. A esposa acredita e vai conferir, embora
o marido ache que ainda está sonhando.
Após a confirmação que era realidade e
passado os momentos de pânico, o sr. Bantry chama um velho conhecido e detetive
da polícia local para investigar o caso.
Afinal,
ninguém conhecia a moça, e o marido alega não ter uma amante. Então, como ela
teria ido parar logo na casa dele?
O mistério fica ainda mais intrincado quando
um outro corpo aparece, dessa vez carbonizado em um carro abandonado.
Cabe à
polícia e à Miss Marple descobrirem antes que a fofoca ganhe a cidade e os
jornais do país.
"A natureza humana é sempre a mesma em toda parte."
Confesso que
estou há um bom tempo na vibe dos
romances policiais. Apesar de ter passado por outros gêneros, ando querendo
bancar a detetive nas leituras.
E, nada melhor para isso do que aproveitar e
ler os livros de Agatha Christie.
“Um Corpo na
Biblioteca” foi uma das últimas trocas do Skoob no ano passado e estava doida
para tirar da estante e ler. Tudo começa quando os Bantry encontram um corpo na
biblioteca.
A vítima é
uma mulher jovem e desconhecida de todos na casa. A polícia é chamada e começam
as investigações. Todos são suspeitos a princípio, tanto os donos da casa,
quanto os funcionários.
Porém, mesmo
que a polícia esteja trabalhando, os rumores de que o marido tivesse uma amante
e o caso terminou tragicamente já estão circulando pela cidade.
Ele tem total
certeza de que o culpado é seu sobrinho “desmiolado”, Basil Blake, e está doido
para “limpar sua honra”.
Já a esposa
acha no ocorrido um meio de sair da monotonia e ter um pouco de diversão
(embora eu ache um gosto bem macabro).
"As pessoas fazem coisas esquisitas."
Começa então a brincar de detetive e
convida sua amiga Miss Marple para lhe acompanhar.
A senhora nem pensa duas vezes e aceita o desafio. Acho
engraçado, pois ela é conhecida como “a fofoqueira profissional”, mas coloca
muito detetive de verdade no chinelo (rsrsrs).
Miss Marple
aceita o caso, apenas para ajudar a distrair a sra. Bantry, mas acabam formando
uma bela dupla.
Como os policiais também estão trabalhando, somos apresentados aos
dois ângulos da investigação, que podem se juntar em um momento.
A vítima,
chamada Ruby Keene, aparentemente era uma jovem que tentava sobreviver como
podia, fazendo os trabalhos que lhe davam.
Mas ainda é um mistério que tenha
ido parar logo numa mansão tão distante de onde morava.
Aos poucos,
a lista de suspeitos vai aumentando, conforme os policiais e Miss Marple
descobrem pistas que levam a mais pistas.
Assim, conhecemos Josie, a prima de
Ruby, e o colega Raymond, com quem trabalhava. Aparentemente, eles se davam
muito bem e eram empregados no Majestic Hotel, conhecido pelos shows de dança e jogos de baralho.
Nessas mesas
de jogos ficavam algumas pessoas bastante peculiares e bem próximas de Ruby.
Todos afirmam que a moça era querida por onde passava, então quem seria capaz
de matá-la de forma tão brutal?
Além disso,
todos os suspeitos têm álibis bastante críveis para a hora da morte, o que
complica ainda mais.
"Um álibi é a coisa mais duvidosa do mundo!"
O caso é tão bem elaborado, que parece até sem solução,
especialmente quando o segundo corpo é encontrado.
Se eles têm
ligação ou não, é preciso enxergar nas entrelinhas, o que não é todo mundo que
consegue fazer, especialmente quando pressionados pelos amigos de Ruby.
Porém,
Miss Marple, como sempre, tem uma carta na manga e surpreende todo mundo.
E é esse
jeitinho dela que deixa tudo ainda mais inesperado. Ninguém dá nada por uma
mulher de meia idade, chegando de paraquedas, começa a fazer perguntas e sai
para lugar nenhum.
E com esse
“jeitinho de quem não quer nada”, ela faz todo mundo de trouxa. Por isso, é
engraçado que, mesmo ela não sendo profissional, os detetives só faltam fazer
reverência e estender o tapete vermelho quando ela passa.
Conforme
lia, estava pegando vários detalhes e já tinha minha lista de suspeitos. Porém,
mesmo preparada para a revelação final, a autora mostrou que ainda é possível
dar uma reviravolta aos 45 do segundo tempo e enganar todo mundo, inclusive os
leitores.
Fui feita de
trouxa direitinho, o que não é novidade, pois com os livros de Agatha Christie,
é bem difícil eu acertar o culpado, apesar de ter chegado perto dessa vez.
Então considero uma pequena vitória (rsrs).
Levando pelo
mistério em si, os livros dela são maravilhosos. Contudo, acho que dessa vez eu
tive um olhar mais atento em relação a certas coisas que normalmente deixaria
passar batido.
Não vejo
muito isso com os casos de Poirot (ou não reparei, pelo menos, ficarei mais
atenta), mas o tempo todo se referem à Miss Marple como “a solteirona”.
Pelo
pronome que se usa com a personagem, dá a entender que ela nunca se casou, já
que a tradução literal de “Miss” é
senhorita, que se refere a mulheres solteiras.
Mas eu
fiquei incomodada com a forma um tanto pejorativa de como o “solteirona” foi
empregado diversas vezes. Tipo:“solteironas não se casam, então ficam velhas e
fofoqueiras”. Ou: “a vida de uma solteirona é assim ou assado”, como se não
tivesse dado certo.
Na época,
poderia ser encarado como uma piada, até porque o livro foi escrito em 1942.
Então é compreensível que ainda houvessem certos pensamentos desse tipo.
Mas
hoje, se me falassem isso, eu levaria como uma ofensa.
A não ser
isso, ler mais um caso da Rainha do Crime foi uma experiência bastante
positiva, que devorei em menos de 24h e perfeita para aproveitar o feriado
prolongado do carnaval.
Em relação
ao livro em si, minha edição é antiga, mas de capa dura. Eu gosto dessas
edições da Nova Fronteira, por fazer a capa parecendo um quadro pintado a mão.
A fonte é legível e as páginas amareladinhas, o que dão conforto durante a
leitura.
Resumindo,
recomendo a leitura, especialmente se estiver procurando alguns casos da Rainha
do Crime para começar a ler.
Obs. Texto revisado por Emerson Silva
Ainda não li esse livro, mas Agatha Christie é sempre uma ótima opção de leitura! Adorei a dica!
ResponderExcluirBlog Entrelinhas
Olá!
ResponderExcluirEssa edição é linda. Ainda não consegui ler nada da autora mas, já tenho livros na fila de espera, consegui alguns livros emprestado com uma amiga rs
Beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br/
hahahahah
ExcluirEspero que consiga ler algum dia =)
Oi, Hanna. Como vai? Li este livro faz um tempinho já. Ao ler sua resenha fiquei com vontade de o ler novamente. Que bom que gostou da obra. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Uma releitura também é ótimo, né? =)
ExcluirNossa, não conhecia o livro!! Mas supeeer me interessei pela história.
ResponderExcluirAmei sua resenha.
meu blog
Espero que goste =)
ExcluirEu nunca consigo adivinhar quem são os criminosos nos livros. Mas é sempre uma leitura interessante.
ResponderExcluirSer "solteirona" no passado era algo ruim e ninguém queria, como o livro é antigo não vejo problema. Mas se eu ler isso num livro mais atual, não vou gostar de jeito nenhum.
Bjus!
galerafashion.com
Bem vinda ao meu mundo, haha. Sim, eu também relevei o "solteirona" por ser mais antigo mesmo. Mas ainda assim é um tanto incômodo, né?
ExcluirOlá, Hanna! A Agatha sempre arrasa demais, não é?
ResponderExcluirEsse eu ainda não li, mas fiquei muito muito curiosa e com vontade. Eu amo livros do gênero, então uma leitura assim é sempre bem-vinda. Gosto quando o romance é real e nos surpreende, de ficar nesse nível que você disse, de parecer que não tem solução. Sobre o termo ''solteirona'' eu também não gosto, acho péssimo até quando os romances de época ficam usando, acho tão desnecessário, mas relevo pela época também.
Beijos,
Dear Masen
Pois é, quando é de época, não tem muito como reclamar, né? Mas ainda assim é incômodo.
ExcluirOlá, Hanna.
ResponderExcluirEu amo o Poirot, mas essa senhorinha também está no meu coração hehe. Principalmente porque ela resolve todos os casos só com suas experiências de "observar" a vida alheia hehe. Eu nunca reparei nessa expressão, mas já vi outros problemas nos livros dela como o preconceito com qualquer pessoa que não seja inglesa. Em vários livros dela vemos isso.
Prefácio
Pois é Sil, dona Marple é uma fofoqueira profissional, hahaha. Com relação às expressões da época, é realmente complicado, né? Tudo bem que é um livro antigo, mas ainda assim é incômodo. As de preconceito eu não vi, mas como não li todos os livros da autora, pode ser que eu ainda encontre expressões do tipo. Obrigada pelo aviso.
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