Valéria Ricci (Val para os mais íntimos) é inspetora da
Polícia Civil, no departamento de Homicídios. A policial, ao longo dos anos de
profissão, já estava acostumada a lidar com casos bem estranhos.
Porém, o chamado para investigar o crime ocorrido num motel
na Barra da Tijuca trazia consigo uma pista muito inusitada: uma folha seca,
marcada com o número 1178.
Apesar de chamar atenção, a folha, por si só, não
seria uma pista importante e o caso estava em vias de ser arquivado por falta
de mais provas.
Dias depois, um novo corpo é encontrado, cuja vítima foi
morta em outras circunstâncias. No entanto, também tinha entre as pistas uma
folha cuja inscrição numérica era diferente.
Val é acionada para investigar
também esse caso, que pode ser a assinatura de um assassino em série.
Todo minuto conta para saber quem é o responsável pelas
mortes e o real motivo por trás das folhas. E, quando lhe sobra um tempo, Val
tenta se reconciliar com a filha adolescente e a mãe doente, além de entender o
que sente por Arthur Vianna, um agente literário que caiu de paraquedas em sua
vida.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Observando a lista das primeiras leituras do ano, vi que
estas giram em torno do thriller,
minha zona de conforto.
Apesar de ser um gênero que gosto bastante, não era um
que eu lia com tanta frequência quanto nesses dois meses de 2022 (rsrsrs).
‘Evidência 7’ é um romance policial nacional que conheci
através de uma leitura coletiva, organizada por uma agência de consultoria
literária.
Nunca tinha lido nada da autora até o momento, mas diante do kit que
chegou aqui em casa, confesso que criei certa expectativa.
A trama é narrada em terceira pessoa e tem como cenário o
Estado do Rio de Janeiro. E aqui conhecemos Valéria Ricci, que ao lado de Urso,
seu parceiro, são os melhores investigadores que o departamento já viu.
Porém,
o último caso que pegaram não parece ter solução. A única coisa que poderia ser
uma pista quente é uma folha seca, encontrada num quarto de motel, com uma
inscrição numérica que levava a lugar algum.
Apesar de estranha, Val e Urso empacotaram a folha e levaram
para a delegacia, para arquivar o caso, aparentemente, sem solução.
Mas não
demorou muito até serem chamados para investigar mais um assassinato, que nada
tinha a ver com o primeiro, a não ser pela folha seca na cena, também com uma
inscrição.
Agora, eles precisam saber o que mais os crimes tinham em
comum e o que as folhas querem dizer, antes que seja tarde.
O caso já está
ganhando as mídias e, logo, Val Ricci se tornou a famosa detetive que aparece
em todos os jornais.
Isso acaba tornando as coisas mais difíceis, já que todo
cuidado é pouco para que dados importantes não vazem.
Mas nem só de trabalho vive uma pessoa. Conforme vamos
acompanhando as investigações de Val, conhecemos também sua vida pessoal.
Ela é
uma mulher divorciada, no entanto ainda mantém contato com o ex-marido, por
causa da filha adolescente, Luana.
A menina não se conforma com a separação dos pais e culpa a
mãe por tudo o que aconteceu. Por isso, elas não têm um relacionamento muito
bom e sobra para o pai da menina, Jonas, apagar alguns incêndios familiares.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Val faz o que pode para manter a paz ao menos em casa, mas parece que tudo só
piora e Luana se afasta cada vez mais.
Vendo a narrativa em terceira pessoa, podemos ver os fatos
pelo ângulo de cada um dos três: pai, mãe e filha.
Cada um tem o seu motivo
para ficar triste e para se revoltar. Porém confesso que fiquei incomodada com
algumas atitudes de Jonas.
Ele é o cara que quer provar pro mundo que está
muito bem com a separação, mas se comporta como se fosse mais novo do que a
filha em diversos momentos.
Já não bastasse lidar com uma filha que mal lhe olhava na
cara, Val tem que respirar fundo diversas vezes para lidar com o ex-marido,
especialmente por trabalharem juntos.
Embora não tenha sido um bom marido, Jonas
é um dos melhores legistas do país e é requisitado para a investigação do
assassino das folhas secas.
Assim como a Val, revirei os olhos a cada
comentário babaca e imaturo dele, além da vontade de entrar no livro e dar uns
tapas na cara do cidadão, para ver se crescia um pouco.
Não apenas Jonas, mas
parece que a maior parte dos personagens masculinos desse livro merecia uns
belos tapas.
Quem ajuda Val a recuperar um pouco da sanidade é Isa, sua
melhor amiga e, também, cunhada. Elas se conhecem há muitos anos e praticamente
leem o pensamento uma da outra.
Achei muito bonita a amizade dessas duas que,
mesmo depois de tantos anos, se mantêm firme e forte.
Isa trabalha em uma editora que está promovendo os livros de
AC Pereira, um autor que promete ser o rei do thriller brasileiro.
Seus livros estão bombando nas redes sociais e
todos estão com expectativas quanto ao seu sucesso mais recente.
É no evento de lançamento dessa obra que Isa leva Valéria
para esfriar a cabeça. Embora não seja uma boa ideia a princípio, já que a
última coisa que a protagonista queria era esfriar a cabeça indo, justamente,
no lançamento de um livro de romance policial.
Além disso, a inspetora não tem
o hábito de ler e se sente um peixe fora d’água durante o evento.
Quem tenta lhe deixar mais confortável é Arthur Vianna, o
agente literário responsável por promover os livros de AC Pereira.
Arthur é o
típico mocinho dos livros de Chick-Lit:
Jovem, bonitão, com corpo escultural e olhos penetrantes. E ainda está arriado os 4 pneus pela protagonista da forma mais impossível de acontecer.
Confesso que, apesar de não ter sido apressado, como em
alguns romances mais leves, eu não shippei
esse casal em momento algum. Arthur é um homem bonito e atraente, mas ainda
consegue ser sem sal em diversos momentos.
Val, por sua vez, é uma mulher que
já tem certa idade, porém não teve muitas experiências na vida. Então, até
entendo certas atitudes dela.
Entretanto, senti que faltou alguma coisa para
dar liga nesses dois e o casal não me convenceu muito.
Além disso, somos apresentados ao passado de algumas
pessoas, incluindo o próprio assassino, conhecido apenas como Ele, que pode ser qualquer um, próximo
ou não dos bastidores das investigações.
A cada capítulo, conhecemos os motivos
que levaram aos crimes e vamos juntando as peças. Qualquer personagem pode
estar mentindo e é preciso enxergar nas entrelinhas para não deixar passar nada
importante.
Criei n teorias conforme lia. E a cada capítulo, elas iam
mudando de rumo, acompanhando as investigações da Val e de Urso.
Acabou que
acertei logo quem era o culpado, porém a descoberta veio num misto de emoções.
Primeiro ri de nervoso por ter acertado.
Depois, fiquei foi com muita raiva e frustrada
pela forma como o culpado foi revelado.
Talvez, por isso, eu tenha sido influenciada e não curti
tanto o final, que não me convenceu, especialmente pelas reviravoltas que o
livro vinha entregando.
O final foi digno? Foi. As pontas foram amarradas e as
respostas foram dadas no tempo certo.
Porém, alguns personagens foram
deixados de lado, e senti falta deles agora no final, mesmo sendo secundários.
Isso incomodou um pouco e terminei a leitura com a sensação de que faltava
alguma coisa. Além disso, alguns desfechos em especial não me convenceram, pois
achei meio “felizes para sempre” quando a trama não pediu isso, o que também me
decepcionou.
Mas nem por isso a leitura deixou de ser boa. Muito pelo
contrário.
Só acho que, como diz a Silvana do Prefácio, sou formada na escola de Agatha Christie e já tenho certa
bagagem literária para não ter me emocionado tanto com a leitura. Porém, para
quem não tem muito o hábito de ler thrillers,
pode ser uma leitura espetacular.
Com relação ao livro em si, eu amei a diagramação. Quase
todos os capítulos trazem uma música, já que Valéria era guitarrista na
adolescência e se lembra do repertório que tinha com sua banda.
Não apenas
temos o nome, mas um QRCode, para ouvirmos a lista de música depois (ou durante
a leitura, se for do seu gosto).
A capa também é bem sugestiva, com o calçadão da orla
carioca no fundo. Além disso, Ele
está passeando tranquilamente pela praia, enquanto suas pistas de folhas secas
são deixadas para trás na cena do crime.
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Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Achei legal que essa cena colorida da capa aparece diversas
vezes ao longo do livro, só que em preto e branco, separando os capítulos.
O
que deu um charme a mais na obra. Gostei bastante também das folhas mais
grossinhas e da fonte legível, que deixaram a leitura extremamente confortável.
Resumindo, ‘Evidência 7: Segredo Codificado’ é uma ótima
leitura, especialmente se você está começando a ler thrillers, ou procura algum título mais leve no gênero.
Porém, se
já tem o hábito de ler bastante livros desse estilo, pode terminar sentindo
falta de alguma coisa.
Independente do caso, ainda assim recomendo, para que
tire suas próprias conclusões.
Oi Hanna
ResponderExcluirNão conhecia esse livro e fiquei empolgada para ler porque gosto muito de um bom triller e esse parece ser bem interessante, e já estou curiosa para saber quem é o assassino que está deixando essas folhas com números ;)
Beijinhos
Renata
Escuta Essa | Instagram | Facebook | Twitter
hahahha
ExcluirQue bom saber disso, então aproveite a leitura! =)
Oi? Hanna. Como vai? Fiquei muito interessado em ler este livro, embora sua ressalva tenha me prevenido antes. Gosto bastante do gênero, sendo assim quando puder o lerei. Ótima resenha. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Espero que goste da leitura ^^
ExcluirOi Hanna! Eu já li vários livros do gênero, mas ainda assim fiquei curiosa por conhecer este, afinal é meu tipo favorito de história e gosto de conferir novos autores. Dica anotada. Bjos!! Cida
ResponderExcluirMoonlight Books
Espero que goste da leitura ^^
ExcluirAchei bem interessante um thriller nacional, acho que nunca tinha pensado nisso...
ResponderExcluirEu adoro thriller, então fiquei bem curiosa. A história parece beeeem legal :)
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Mas tem bastante, viu? Recomendo inclusive. =)
ExcluirParece ser bem interessante! Vou levar a sugestão!
ResponderExcluirBjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram | Youtube
Oba! Espero que goste =)
ExcluirOi Hanna,
ResponderExcluirAmei a dica de livro, pois meu gênero favorito é suspense e investigação policial, e eu sempre fico feliz por ter boas indicações de livros nacionais. Além disso, não me importo se o casal do livro não tem química, já que eu mesma não dou tanta atenção aos romances nos livros, haha. Só é uma pena que ainda te ficou essa sensação de que faltou algo no final.
Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥
Pois é, eles acabam ficando em segundo plano. Mas pra mim, ainda incomoda um pouco, vai entender, hehe. Espero que goste da leitura =)
ExcluirOlá, Hanna.
ResponderExcluirMenina a gente que lê Agatha fica difícil de encontrar um livro do gênero que realmente surpreenda hehe. Achei essa capa super interessante e fiquei curiosa para saber mais sobre a história. Quanto ao romance, acho que tem gêneros que eles devem fazer figuração e alguns acaba até atrapalhando a história. Vou anotar aqui e se der vou ler ele.
Prefácio
Pois é menina, é difícil encontrar alguém que surpreenda depois da Rainha do Crime, hehe. Mas ainda assim, recomendo e espero que goste da leitura. =)
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