5 livros para sair da zona de conforto

em 11 novembro 2021

    Olá meu povo, como estamos? Quando criamos o hábito da leitura, é normal procurar livros que sejam de nosso gênero favorito, o que acaba criando a chamada "zona de conforto literária". 


5 livros para sair da zona de conforto
Foto: Creative Commons/Pixabay


   Mas depois de um tempo, sair dela pode ser uma experiência interessante, pois podemos conhecer outros gêneros que nos aproximam, livros de autores maravilhosos, ou mesmo testar nossos limites, criando desafios para nós mesmos. 
   Se você está buscando livros para sair da sua zona de conforto, separei para hoje cinco dicas de livros para te ajudar. 



1. O homem do castelo alto 


O homem do castelo alto | Philip K Dick
Foto: Divulgação



Autor: Philip K Dick

Editora: Aleph

Ano: 2009 (edição atual)

Páginas: 304



Neste livro que é considerado por muito o melhor trabalho do autor, Dick apresenta um cenário sombrio: a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Os negros são escravos. Os judeus se escondem sob identidades falsas para não serem completamente exterminados. É nesse contexto que se desenvolvem os dramas de vários personagens. Ao apresentar uma versão alternativa da história, Dick levanta a grande questão: “O que é a realidade, afinal?”


   Ganhei esse livro de aniversário há alguns anos e lembro que foi uma leitura bem complicada. Não porque a escrita era difícil, mas porque não estava muito acostumada com o estilo do autor e ele tem um talento para criar uma realidade alternativa tão bem feita, que você sai da leitura achando que é tudo real. 



2. O fim da infância 


O fim da infância | Arthur C Clarke
Foto: Divulgação


Autor: Arthur C. Clarke

Editora: Aleph

Ano: 2019 (edição atual)

Páginas: 320



A RAÇA HUMANA NÃO ESTÁ MAIS SÓ

Nos primeiros anos da Guerra Fria, uma raça tecnologicamente superior ao homem desce dos céus para governar a Terra.
Ao contrário do que se poderia imaginar, os invasores se mostram benevolentes e acabam conduzindo o planeta a um período de prosperidade jamais visto, em que não mais existem violência, fome e doenças. Com poucos focos de resistência, a humanidade se rende ao invasor.
Mas os Senhores Supremos têm suas regras: não é permitido a ninguém os conhecer, e a exploração do espaço está terminantemente proibida aos homens. Entre revelações surpreendentes e um vago mal-estar que assombra os corações humanos, o real propósito dos novos líderes permanecerá oculto por duzentos anos. Até que a humanidade esteja pronta. Até que uma missão seja cumprida. Até que a raça humana conheça o destino que lhe foi traçado.

   Esse é um clássico do scifi, mas que só conheci há pouco tempo. Ainda assim, ele vai bem longe da aventura em si, trazendo diversos questionamentos sobre a Humanidade e a possibilidade de não sermos sozinhos no espaço. Além disso, temos sempre a ideia de sermos nós encontrando seres mais primitivos, mas e se fosse o completo oposto? Além disso, vários diálogos que temos ao longo da leitura nos fazem refletir sobre o que somos enquanto sociedade, o que dá brecha para várias discussões, principalmente sobre preconceito


3. 1984

1984 | George Orwell
Foto: Divulgação



Autor: George Orwell

Editora: Companhia das Letras

Ano: 2009 (edição atual)

Páginas: 416



Em uma sociedade em constante estado de guerra contra outros países e contra os inimigos do sistema, cada cidadão deve viver sob a permanente vigilância das teletelas. Qualquer sinal de comportamento ou pensamento desviante da ideologia do Grande Irmão é severamente punido pela Polícia do Pensar.
Funcionário do Ministério da Verdade responsável por reescrever notícias e registros históricos, Winston Smith atua alterando o passado e, assim, o presente. Treinado para obedecer e calar, ele começa, no entanto, a questionar essa realidade. Seus atos de rebeldia contra o sistema, como ousar manter um caderno subversivo, parecem mínimos, até que ele se depara com a oportunidade de fazer algo maior e colocar sua vida em risco por uma sonhada mudança.
Publicado originalmente em 1949, este clássico de George Orwell é uma obra fundamental sobre opressão e totalitarismo e possibilita inúmeros paralelos com o momento que vivemos, 70 anos depois.

   Essa foi minha leitura mais recente. E uma das mais impactantes que já fiz na vida. Especialmente por ter sido escrito há tanto tempo, mas que, se fosse falando da nossa atualidade, caberia perfeitamente. E ainda acho que caberia por gerações adiante, o que é mais assustador. A escrita do autor é fluida, mas toca tão fundo na alma, que você não vai sair a mesma pessoa depois que terminar. 



5 livros para sair da zona de conforto




4. O conto da Aia

O conto da Aia | Margareth Atwood
Foto: Divulgação


Autora: Margareth Atwood 

Editora: Rocco

Ano: 2017 (edição atual)

Páginas: 368



Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. 


   Essa foi uma das minhas primeiras leituras de 2019, mas lembro com se fosse hoje. O que mais impressiona nesse livro é o futuro ser assustador, mas completamente possível, ainda mais com os pensamentos retrógrados de alguns governantes (e da sociedade também) que temos mundo afora. 


5.  Fahrenheit 451


Fahrenheit 451 | Ray Bradbury
Foto: Divulgação

Autor: Ray Bradbury

Editora: Biblioteca Azul

Ano: 2015 (edição atual)

Páginas: 212


Escrito após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1953, Fahrenheit 451, de Ray Bradubury, revolucionou a literatura com um texto que condena não só a opressão anti-intelectual nazista, mas principalmente o cenário dos anos 1950, revelando sua apreensão numa sociedade opressiva e comandada pelo autoritarismo do mundo pós-guerra. Agora, o título de Bradbury, que morreu recentemente, em 6 de junho de 2012, ganhou nova edição pela Biblioteca Azul, selo de alta literatura e clássicos da Globo Livros, e atualização para a nova ortografia.

A singularidade da obra de Bradbury, se comparada a outras distopias, como Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, ou 1984, de George Orwell, é perceber uma forma muito mais sutil de totalitarismo, uma que não se liga somente aos regimes que tomaram conta da Europa em meados do século passado. Trata-se da “indústria cultural, a sociedade de consumo e seu corolário ético – a moral do senso comum”, segundo as palavras do jornalista Manuel da Costa Pinto, que assina o prefácio da obra. Graças a esta percepção, Fahrenheit 451 continua uma narrativa atual, alvo de estudos e reflexões constantes.

O livro descreve um governo totalitário, num futuro incerto, mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instalados em suas casas ou em praças ao ar livre. A leitura deixou de ser meio para aquisição de conhecimento crítico e tornou-se tão instrumental quanto a vida dos cidadãos, suficiente apenas para que saibam ler manuais e operar aparelhos.

Fahrenheit 451 tornou-se um clássico não só na literatura, mas também no cinema. Em 1966, o diretor François Truffaut adaptou o livro e lançou o filme de mesmo nome estrelado por Oskar Werner e Julie Christie.


   Um mundo onde as pessoas são incentivadas a não pensar é assustador. Mas já pensou se você fosse consideradx criminosx só por ter livros em casa? E pior, se a função dos bombeiros fosse buscar casas com bibliotecas inteiras para queimar, para garantir que o povo continue não pensando? 


   Essas foram minhas dicas de hoje. Como puderam perceber, elas giraram em torno de distopias. Mas é o gênero que eu acho mais fácil de sair da zona de conforto, com ficções. 
  Muitos desses livros são tão assustadores, que nos picam e nos mordem, nos fazendo imergir nessa possiblidade de futuro e abrem nossas mentes para tanta coisa, especialmente porque a maioria gira em torno de uma sociedade governada por um regime ditatorial, que não permite que o povo pense, nem seja crítico. 
   Já conheciam alguns desses livros? Tem vontade de ler algum deles? Qual outra sugestão de livros para sair da zona de conforto? Vamos conversar. 😉




8 comentários:

  1. Oie, nunca li nenhum, mas todos seriam realmente leituras que me tirariam da zona de conforto. Espero ler algum deles um dia.

    Bjs

    Imersão Literária

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    1. Ai que bom saber disso Leyanne. Também espero que possa ler eles algum dia. ^^

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  2. Achei interessante estes livros, eu estou assistindo a série "O homem do castelo alto" e pretendo um dia procurar o livro pra ler. Parabéns pelo post.

    Arthur Claro
    http://www.arthur-claro.blogspot.com

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    Respostas
    1. Obrigada Arthur. Eu não assisti O homem do castelo alto ainda, mas tenho curiosidade.

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  3. Olá, Hanna.
    Eu confesso que não gosto de sair muito da minha zona de conforto não eheh. Mas de vez em quando eu faço e dos citados já li dois. 1984 fugiu muito da minha zona de conforto hehe. O conto da aia eu tenho aqui na estante para ler.

    Prefácio

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    Respostas
    1. Eu te entendo, Sil. Sair da zona de conforto dá uma preguicinha de vez em quando, hehe, mas vale a pena, né? Eu recomendo O conto de Aia, mas prepara o estômago.

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  4. Só livro top. Quero ler alguns desses.

    Boa semana!

    Jovem Jornalista
    Instagram

    Até mais, Emerson Garcia

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