Catalina Martín é uma
espanhola imigrante, morando em Nova York. É uma mulher muito inteligente e tem
um bom cargo na empresa de tecnologia InTech.
No entanto, por mais que tenha sucesso na área profissional, a amorosa é o
completo oposto.
Aliás, é exatamente por conta
desse quesito que a mocinha evita falar com a própria família do outro lado do
oceano. Toda vez que entram em contato, a protagonista já sabe que precisará
inventar uma desculpa ou mesmo desconversar quando lhe perguntam sobre um
namorado que nunca vem. Entretanto, Lina se vê em maus lençóis agora que a irmã
mais nova está para se casar.
Não apenas a moça é convocada
para ser a madrinha do casamento, como está o maior burburinho em relação ao
padrinho. O cargo é ocupado pelo seu ex-namorado de 10 anos atrás, cuja
presença ainda hoje lhe causa desconforto. Para completar, o fato de estar
solteira não ajuda em nada, de modo especial quando todos sabem em que
circunstâncias o romance terminou.
Assim, Lina tem uma ideia
genial: arranjar um namorado de mentirinha para ir ao casamento e enganar toda
a sua família. O grande problema: quem será o candidato? A única opção (para lá
de insistente, por sinal) é Aaron Blackford, o colega de trabalho com quem a
moça vive trocando faíscas.
Eles sabem ser profissionais
na empresa, mas será que isso pode se estender para um final de semana, onde
finjam que são apaixonados? Isso é o que veremos.
“Porque nós, Aaron e eu íamos
conseguir. Ele garantiu. E eu acreditei. E só esperava, para o bem de ambos,
que ele tivesse razão.”
Por mais que eu visse as
resenhas positivas pipocando na internet, esse livro jamais passaria pelo meu
radar se não tivesse ganhado de presente. Isso porque o crescente hype que surgiu sobre a obra me deixou
desconfiada. Então, ia deixar “a poeira baixar” antes de me arriscar a ler.
Porém, entrei em um desafio
mediado pelo Leitor Oculto, chamado Tour Literário, o qual tem por
objetivo incentivar a ler um livro de cada país. Para janeiro, uma das nações
escolhidas foi a Espanha e eu não tinha tantas opções na estante para
representar. Daí pensei: por que não dar uma chance agora e ver se vale a fama?
|
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Assim, embarquei nesse
romance, que jamais imaginei que leria em tão pouco tempo. Apesar de ter pouco
mais de 400 páginas, a escrita fluida da autora compensou um bocado e a
experiência durou menos de uma semana (isso porque eu tinha mais leituras em
andamento junto a ela). Com uma narrativa em primeira pessoa, vemos os fatos
apenas pelo ângulo de Lina Martín, uma engenheira muito competente e que está
se dando bem na “cidade que nunca dorme”.
Ela tem uma rotina até bem
tranquila, a não ser por situações que passa na empresa, como líder de equipe e
lidando com um time de homens que se sentem os maiorais só por terem um
cromossomo diferente. Em especial Gerald, que ganhou meu ranço eterno e, se
pudesse, teria arranjado um boneco de vodu para dar umas alfinetadas nele de
tão nojento que é.
O cara é arrogante, ridículo
e petulante. Não perde a oportunidade de colocar Lina para baixo, pelo simples
fato de ela usar saltos e saia.
Eu resmungava a cada vez que esse nojento
aparecia e queria socar a cara dele para ver se aprendia um pouco de boa
educação e senso de ridículo. A situação só piora quando Lina é escalada para
liderar a organização do Open Day, um evento importante na InTech, porém completamente fora de sua área de conhecimento.
Já não bastavam as
atribuições pesadas de seu cargo propriamente dito, esse trabalho extra não
ajudava em nada. Sua mente ainda estava fervilhante por conta do casamento da
irmã mais nova, que também se aproxima.
Seria uma ótima oportunidade de passar
um final de semana em casa e feliz, não fosse pela insistência de todos os
parentes para que ela superasse o término com Daniel e arrumasse logo um
namorado novo.
A tensão aumenta quando a
moça descobre que o rapaz não apenas está noivo atualmente, como será seu par
no altar, pois é o padrinho do casamento junto com ela. Assim, Lina entra em
parafuso e precisa arrumar para ontem um acompanhante a fim de levar ao evento,
a fim de evitar questionamentos sobre sua vida amorosa.
“As coisas não prescrevem só
porque o tempo passa, sabe.”
Lendo os fatos pelo ângulo da
protagonista, eu pude perceber a agonia dela, evitando até falar com seus pais.
A moça sabia qual seria uma das primeiras perguntas que viriam.
Por mais que eu
compreenda o quanto a família pode se preocupar com a felicidade da Lina,
sinceramente, eu achei invasiva e constrangedora a chuva de perguntas sobre a
moça não ter um namorado e “ficar para titia”, ou “ser a tia dos gatos”.
Tudo bem, aqui no livro a
ideia era que rolasse isso mesmo para a trama seguir, mas infelizmente é um
caso bem frequente na vida de diversas mulheres na casa dos 25-35 anos que
decidem ser solteiras. Isso me dá agonia e tinha vontade de abraçar a Lina a
cada suspiro que ela dava ouvindo o interrogatório desnecessário e nada cômico.
|
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
Voltando ao livro, a saída
mais rápida que a mocinha consegue é levar um acompanhante para a Espanha e
fingir estar apaixonada por ele. Só não esperava era que o único candidato
disponível para a missão fosse logo Aaron, o cara bonitão com quem ela vive brigando
na empresa e trocando farpas.
Lina está nada satisfeita com
a situação, mas o prazo está se esgotando e o colega já tinha se mostrado
solícito ao ajudar a organizar o bendito do Open Day. O que custava passar um
final de semana com ele do outro lado do oceano, ainda mais que estava se
oferecendo e não parecia aceitar uma recusa?
E lá se vão os dois, fingindo
serem namorados para a família Martín. O problema, entretanto, é que o convívio
desses dois longe da empresa é bem diferente e precisam estar atentos aos
detalhes para não se perderem do plano principal.
Aaron tinha os próprios
motivos para estar na Espanha e ao lado de Lina. Motivos esses que vamos
descobrindo ao longo da leitura.
Embora seja meio que evidente a tensão sexual
entre eles, eu confesso que não tinha me preparado para o que foi apresentado.
A autora conseguiu manter uma trama já previsível de comédia romântica bem
elaborada e até com o pé no chão, dado que muitas atitudes que esses dois
tinham podia muito bem acontecer na vida real.
Além disso, a própria Lina é
gente como a gente e tem uma família tão animada e festeira, que lembrou a
minha em diversos momentos. Talvez por isso eu tenha perdoado algumas atitudes
deles, enquanto outras me arrancaram risadas, em especial a abuela da moça. Mas não vou passar pano
para a protagonista.
Ela poderia até estar nervosa
e sobrecarregada, mas não me convenceu como atitude de uma mulher adulta, de 28
anos, e imigrando sozinha para outro país. Tinha horas que eu queria era
sacudir essa criatura, para ver se parava de ser uma adolescente boboca e
voltava para a sanidade mental de páginas atrás.
Aaron, por sua vez, é um
retrato estereotipado do príncipe encantado do mundo moderno. Olhos azuis,
cabelo bem cortado e corpo musculoso (que fica maravilhoso de smoking. Sim, Lina repetiu tanto que
entendi a mensagem, rsrs). Mesmo assim, ainda tem espaço para ser um cara de
bom coração e que “estava esperando a mulher certa”. Nada contra, homens
musculosos também amam, isso não é um problema (rsrsrs).
Mas em pleno século XXI,
gostaria que ele tivesse ao menos um pouquinho mais próximo da realidade que
temos no mundo, né? Então, não seria ruim ele ter um pouco menos de massa
muscular para variar um pouco.
Contudo, deixo bem claro que
isso é uma opinião minha e não interfere na experiência enquanto leitora. Ainda
mais quando vi algumas cenas pelo ponto de vista dele no conteúdo extra, as
quais me deixaram mais envolvida com a história. Além de pensar o quanto homens
podem ser meio bobos às vezes, quando as coisas seriam resolvidas apenas
conversando. Mas vida que segue (rsrsrs).
Isso se deve ao
desenvolvimento impressionante que a autora trouxe. Ela montou uma trama
previsível, porém com diversos pontos atuais e resolvidos de maneira adulta. De
modo especial pela Lina, que lida muito bem com as situações, cresce e age como
uma adulta quando necessário.
Além de conseguir uma
verdadeira rede de apoio onde menos se espera. Assim, eu posso dizer que ela
não precisou de um príncipe encantado para salvar o dia, pois a protagonista
conseguiu fazer isso por si mesma.
|
Foto: Hanna Carolina/Mundinho da Hanna |
“[...] A vida é uma bagunça,
muitas vezes bem difícil, e ela não espera a gente estar pronto para os
solavancos da estrada. [...]”
Algo que eu também não
esperava era ver a forma como o relacionamento do casal se desenvolve. A
escritora deixou muito pé no chão, embora tenha passeado pela comédia em boa
parte. Assim, eu pude rir e acompanhar um romance perfeitamente crível, adulto
e consciente.
Fora as cenas mais quentes,
que me pegaram de surpresa, sendo muito bem escritas e que, confesso, me
deixaram com calor por tabela (rsrsrs). A química entre Aaron e Lina é
pulsante, palpável e concreta. Tanto que fiquei me perguntando se eram apenas
personagens ou pessoas reais em várias cenas.
A experiência se completou
com a relação da família da moça e conhecer um pedaço da Espanha. Aprendi
algumas palavras novas, costumes e até músicas (sim, fui procurar no YouTube
depois para aprender a letra e a coreografia, rsrs).
Depois de tantos elogios, não
esperava menos do desfecho diferente. Se encaixou muito bem com o que vinha
sendo apresentado ao longo da trama e encerrou a obra com maestria. Terminei
dando risadas e até suspiros apaixonados, fato que há muito tempo não acontecia
quando eu lia romances românticos.
Em relação à obra em si,
adorei a diagramação toda em vibe de
viagens, que me lembra férias de verão. A revisão é bem-feita e a fonte bem
legível. As páginas são mais grossinhas e amareladas, coisa que amo quando leio
um livro físico. Somando tudo isso, posso dizer que ‘Uma Farsa de Amor na
Espanha’ vale o hype e leva nota
máxima.
Além disso, a autora ganhou
uma fã e já quero ler mais livros dela no futuro. Aguardem um post só de quotes
depois, pois esse livro foi um dos mais marcados da minha estante (rsrsrs).
OI Hanna. Eu comecei a ler e parei na parte em que ela foi encarregada de organizar o evento da empresa. Aquela reunião me fez passar tanta raiva que parei a leitura ali e não retomei. Eu quero muito terminar o livro, então espero que no final eu tenha essa mesma experiência boa que você teve.
ResponderExcluirBjos!! Cida
Moonlight Books
Eu te entendo, Cida. Essa reunião foi intragável e eu queria voar no pescoço daquele Gerald. Mas o restante da leitura valeu a pena.
ExcluirOie, aaaa que bom que gostou da história, estava bem ansiosa para saber o que iria achar. Ainda não li o livro, mas é bem a vibe de romance que gosto de me aventurar quando estou no clima. E vou ficar esperando o post de quotes.
ResponderExcluirBjs
Imersão Literária
Sim, adorei a leitura e recomendo, viu?! ^^ Espero que goste da leitura também, =)
Excluir