Olá meu povo, como estamos? Hoje temos resenha de mais um
conto da antologia “Era uma vez... Vilãs”, escrito pela autora nacional Thais
Louzada. Em ‘Modelo de (Im)perfeição’, temos uma releitura do clássico “A Bela
e A Fera”, pela visão do vilão Gaston, aqui retratado como Gabriela Garcia, uma
influencer carioca.
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Livro: Modelo de (Im)perfeição
Autora: Thais Louzada
Editora: Increasy
Ano: 2021
Páginas: 62
Você está convidado a conhecer Gabriela, cuja história foi inspirada no personagem Gaston, do clássico A Bela e a Fera. Gaston é o antagonista da história e não mede esforços para conseguir que Bela seja sua. Este é o sexto conto da Antologia Era uma vez... vilãs, da Increasy Editora.
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Gabriela Garcia, é uma das influenciadoras que vem conquistando as redes sociais dia após dia. Com sua beleza natural marcante e lindos olhos azuis, Gabs passa seus dias mostrando o seu lifestyle nos cenários mais icônicos da sua cidade, Rio de Janeiro, e os mais paradisíacos do Brasil.
Sua vida é tão perfeita quanto sua beleza.
E todos a amam.
Até o dia que precisa retornar para sua cidade natal, no interior do Rio de Janeiro, por alguns dias, para resolver uma questão familiar, e acaba aprendendo uma lição sobre o que é perfeição.
Gabriela Garcia é uma influencer
carioca super famosa. Com milhões de seguidores no perfil do Instagram, a jovem de belos olhos azuis,
corpo escultural, cabelo de comercial de shampoo
e um estilo de deixar qualquer um babando por onde passa, não sabe o que é
ouvir um “não”.
Convidada para os eventos mais badalados, cercada de homens
lindos e de recebidos caríssimos, Gabriela, ou apenas Gabs, gosta de mostrar seu
estilo de vida caro em Copacabana, um dos bairros mais chiques e tradicionais
do Rio de Janeiro.
Mas o que ninguém sabe é que ela vem do interior do Estado e
nem sempre sua vida foi assim.
Como se fosse motivo de vergonha nacional, ela só falta ter
uma síncope ao ouvir o nome da sua cidade-natal.
Porém, agora, não apenas ouvir
o nome, a mocinha vai ter que pisar na cidade que “não deve ser mencionada”
para resolver alguns problemas que ela fez questão de deixar para trás, mas vai
ter que encarar de uma vez por todas.
“Tentamos adivinhar o que vai acontecer no futuro, mas a grande verdade é que nunca sabemos quando será nosso último dia bom.”
Eu nunca tinha lido nada da autora até então, quando vi sua
participação em ‘Era uma vez... Vilãs’. Confesso que também não sabia o que
esperar dessa versão brasileira de Gaston, só o personagem mais egoísta que já
vi nos contos de fadas (e que eu mais detesto, diga-se de passagem).
Além disso, apesar de me identificar com a Bela (que prefere
passar seu tempo lendo, em vez de se preocupar com coisas inúteis, e é
considerada uma pessoa estranha por isso), ‘A Bela e A Fera’ não é um dos meus
contos de fadas favoritos, então não me animei muito para ler quando a
releitura foi lançada ano passado.
Isso porque só de olhar quem seria o vilão
da vez, eu respirei fundo e meio que ignorei.
Agora em janeiro, com a cabeça mais relaxada dos dias de
“férias”, resolvi dar uma chance e conferir o conto, tomando um tapa bonito na
cara!
Gaston aqui é representado por Gabriela Garcia, uma jovem que viu um modo
de vida rentável como influencer.
Bonita do jeito que era, e aprendendo rapidinho um jeito de
se aproveitar dos locais onde trabalhava, não foi difícil conseguir vários
seguidores e ser praticamente adorada feito uma deusa por onde passava, já que
mostrava sempre uma vida perfeita.
O problema foi que isso subiu demais à cabeça de Gabs que, independente
de onde estivesse, precisava ser quase colocada num pedestal.
Afinal, uma
mulher perfeita como tinha que ser idolatrada mesmo (sqn). Mas agora, tinha que
encarar o seu passado, pois problemas urgentes de família exigem sua presença
na cidade-natal, tão abominada.
D. Isabella, sua mãe, é a versão da protagonista Bela do
conto original.
Uma senhorinha muito simpática, amada por todos na cidade, já
que foi professora de Português de boa parte dos adultos da cidade.
Mãe e filha são quase como água e óleo. Enquanto D. Isabella
atraía olhares nostálgicos e de pessoas que realmente a amavam, Gabs preferia
atrair olhares de outra forma, de idolatria e até inveja pela sua beleza.
Isso
rendeu muitos momentos de desentendimentos e desilusões, ignoradas conscientemente
pela protagonista.
Quem toma as dores de D. Isabella é o Dr. Bernardo (Fera), o
único que a influenciadora não consegue fazer ficar de quatro por ela, deixando-a
irritada.
E Gabs passa tanto tempo só se preocupando com sua beleza exterior e
quantas curtidas teve nas fotos, que esquece do que realmente importa.
Apesar das poucas páginas, ler esse conto me rendeu um misto
de sentimentos.
Como ele é narrado em primeira pessoa, vemos as coisas pelo
ponto de vista da própria Gabs, e foi impossível não querer ajudar o Bernardo a
dizer umas boas verdades para ela.
Gabs pode ser adulta e linda por fora, mas por dentro é
infantil, narcisista, preconceituosa e podre.
O que nos leva ao velho ditado de
que as aparências enganam e é impossível não sentir ranço dessa criatura.
Em momento algum ela se preocupa com quem está ao seu redor
e realmente a ama. Muito pelo contrário, o mundo ao seu redor é que deve se
preocupar com a sofredora, tadinha (sqn).
Prefere dar atenção a coisas inúteis
e passageiras, pois assim é mais fácil não sentir dor ou pensar sobre o que
está fazendo pelo mundo (se é que ela gasta tempo com isso, sempre muito
ocupada pensando nos eventos chiques que quer ser convidada).
“Não imaginava o quanto era tão horrível me sentir impotente.”
Mas ninguém é de ferro, e Gabs vai perceber da pior maneira
possível que a vida ensina lições inesquecíveis e profundas a todo mundo.
Beleza, roupas caras, seguidores em redes sociais, amor... o que realmente
importa?
Acho que essa é a verdadeira lição que a Thais quis passar
com Gabs.
Vidas perfeitas no feed
organizado, legendas arrasadoras de gratidão e paz só existem por lá, quando a
vida real pode ser completamente o oposto.
O problema é que muita gente acredita nisso e o resultado
são pessoas doentes por não terem dinheiro para manter um padrão igual, quando
na realidade, às vezes a pessoa só fez uma coleção de fotos de um único dia e
posta por meses, como uma espécie de propaganda enganosa (não digo todos, mas
sabemos que é real).
E Gabs é o exemplo vivo (ou quase) de que ninguém é perfeito,
assim como vida perfeita não existe. Como é de praxe em contos de fadas, onde
finais felizes são regra, aqui vemos um desfecho previsível, porém aceitável,
onde ela aprende suas lições.
Sinceramente, apesar de já imaginar
como ia terminar, não esperava que seria de uma maneira tão profunda e marcante
como aconteceu, o que me fez recorrer à caixa de lenços.
E olha que é difícil
eu chorar com uma leitura, mas aqui foi impossível segurar as lágrimas diante
dos acontecimentos.
Resumindo, foi uma leitura rápida, que me deixou com raiva
em alguns momentos, mas que me foi uma grande surpresa, pois me tocou
profundamente e eu terminei sem saber nem onde eu estava, de tão imersa que
fiquei.
Com relação ao conto em si, sou apaixonada pela diagramação
da antologia toda.
Mantendo o padrão, a capa traz a própria Gabs, com seus
óculos estilosos de grife, num contraste de vermelho e amarelo, dando uma
combinação até bem comum em propagandas, até meio inesperada em livros de
romance, o qual gostei bastante, aliás.
Achei interessante que a história é sobre uma influencer hahaha, gostei!!
ResponderExcluirE ah obrigada pelas dicas de skincare lá no blog, ameeei ♥
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Que bom que gostou da resenha, ^^.
ExcluirE por nada! Espero ter ajudado com as dicas. ^^
Amei a resenha. Ainda não conhecia essa série, e já quero ler. Eu vou juntar essa e a das Femme Fatalle para ambientar os contos de fadas.
ResponderExcluirbeijos
https://www.dearlytay.com.br/
Recomendo, serão ótimas leituras! =)
ExcluirOlá!
ResponderExcluirAmei sua resenha, mesmo te deixando com raiva em alguns momentos amei saber que foi uma boa leitura, dica super anotada com certeza e vou passar esse livro na frente de outras leituras pois amei a capa.
Beijos.
https://www.parafraseandocomvanessa.com.br
Espero que curta a leitura. ^^
ExcluirOlá, Hanna.
ResponderExcluirEu também não conheço a escrita da autora ainda. Achei muito interessante essa abordagem com a personagem porque é um assunto muito atual. Até por isso ainda reluto em usar o Instagram. Vejo tanta coisa fake por lá que fica difícil acreditar quando algo é real.
Prefácio
Eu também achei genial a abordagem mais atual da autora. Ficou super legal e próximo da nossa realidade mesmo. Eu também ando meio afastada das redes sociais, pelo mesmo motivo que você. Acho que, quando descobrimos que existe essas vidas fake, paramos de acreditar até no que é real, né?
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