Olá meu povo! Como estamos? Hoje é a estreia do “old, but
gold” Projeto 52 Semanas, dessa vez em parceria com o Prateleiras da Fê.
Para começar nosso projetinho, resolvemos ir mais devagar e
usar temas mais lights. Então, nosso tema de estreia é mais histórico e
pessoal:
O que me fez gostar tanto de ler?
Então, todos aqui sabem que sou uma bookahoolic de
carteirinha e não vivo sem um livro na bolsa. Mas acho que nunca parei para
falar sobre o que me fez gostar tanto assim de ler. Para falar a verdade, nem
eu parei para pensar a respeito... (rsrsrs) simplesmente eu gosto de ler desde
quando me lembro! =p
Mas vamos tentar recapitular os fatos... bom, quando criança
minha mãe comprava alguns livrinhos para mim, daqueles infantis mesmo, cheio de
figurinhas coloridas e poucas palavras, pra eu aprender as primeiras
palavras... até aí tudo bem, acho que toda mãe (ou pai, tio, avó, etc.) faz
isso com uma criança.
Mas vou confessar que sou uma criança um tanto frustrada,
porque eu via nos filmes, algumas novelinhas na tv, ou qualquer coisa do tipo
americano e percebia que as crianças só dormiam embaladas com historinhas que
os pais contavam à noite. Então eu comecei a perturbar minha mãe para ler pra
mim, afinal eu também queria saber se aquilo funcionava mesmo ou se era só pra
deixar o filme bonitinho (desde criança já filosofava... é, não sou normal...
me julguem! Kkkk). Meu pai não sabia ler além do próprio nome e minha mãe foi
que me ensinou as primeiras letras, então ela que ouvia meus lamúrios e acabava
cedendo, mas logo perdia a paciência, porque ela nunca gostou muito de ler...
(mas me incentivava a gostar e comprar uma pancada de livro pra mim... vai
entender?) Lembro que o primeiro livro que ela me comprou foi “A mãe da filha e
a filha da mãe”. Era uma história bem bonitinha até, sobre o relacionamento de
uma mulher com sua filha pequena. Mas eu não gostava daquele livro, só depois
de um tempo que simpatizei com ele... (rsrs)
Enfim... quando cresci mais um pouco e aprendi de fato a
ler, eu passava os intervalos das aulas da escola na biblioteca, mas nem sempre
conseguia terminar o livro, pois a hora do recreio acabou não sendo mais
suficiente para os livros que eu começava a pegar (que aumentavam em número de
páginas). Então logo comecei a levar os livros emprestados para casa. Minha mãe
até gostou, pois eu passei a ler sozinha, mas ela acabou foi gostando de ler
por tabela, porque eu ria tanto do que lia que ela ficava curiosa e acabava
lendo também os livrinhos. E eu me apegava tanto que chorava ao ter que
devolver, porque eu gostava tanto dos livros que queria ficar com eles.
Lembro que o livro que mais gostei de pegar emprestado era
um bem colorido, com a história de um rei muito louco, que decretava umas leis
bem estranhas, tipo: as pessoas só podiam limpar o nariz com o dedo mindinho,
porque era o que se encaixava melhor no nariz (eca!); só podia limpar a casa
dia de sábado, porque era o dia mais chato da semana e você tinha que fazer o
serviço mais chato no dia mais chato... e por aí vai. Não lembro o nome do
livro, nem como ele termina, mas lembro que eu me acabava de rir lendo as leis
muito loucas do rei. Esse era mais grossinho que o que minha mãe tinha me dado
(umas 54 páginas, para uma criança de 7 anos... era um avanço... rsrsrs).
Daí em diante, eu queria saber o que mais tinha na
biblioteca da escola, mas por falta de verba e estrutura, ela acabou fechando e
eu fiquei sem livros para ler durante um tempo...
Já maiorzinha, aos 11 anos, me mudei de volta para o Rio de
Janeiro (na primeira parte da minha história eu morava na Paraíba), descobri
que tinha uma biblioteca pública perto de onde eu morava, mas pra minha
tristeza só tinha livros didáticos... não que seja ruim um livro didático, mas
eu queria dos tipos que eu lia na biblioteca da antiga escola...
Passou mais um tempo... e, aos 13 anos, eu vi um filme na
TV, chamado “Entrevista com o vampiro”. Eu, por mais que seja medrosa (tenho
pavor de filmes de terror), quando o filme tem seres que eu sei que não
existem, tipo vampiros, lobisomens e afins, acabo assistindo, porque sei que
não vão me assombrar de noite (rsrsrs). E eu fiquei louca com o filme, porque
foi a primeira vez que minha mãe me deixou ver um filme de noite que acabava
mais tarde e ainda por cima de vampiros (coisa de quem tá chegando na
adolescência, kkkkk)! No dia seguinte, ao passar por uma livraria com meu pai,
eu dei de cara logo na vitrine com o livro de mesmo título do filme! Imagina
minha felicidade ao deparar com a história que tanto gostei escrita! E o livro
tinha umas 300 páginas! Aquilo era um passo e tanto (kkkkkk)! Meu pai, que
sempre fez minhas vontades, acabou comprando o livro pra mim.
E assim começou a paixão... virei fã da Anne Rice, porque
escreveu a melhor história de vampiros depois do Drácula. Virei fã do Lestat e
suas aventuras no mundo das trevas. E depois de saber que tinha mais livros e
eram crônicas (as Crônicas Vampirescas), tratei de correr e comprar todos os
outros que faltavam até completar a coleção! À medida que os livros iam
aparecendo, a quantidade de páginas ia aumentando, mas eu nem ligava, porque
estava tão apaixonada pela história que lia e nem sentia. Carregava pra escola,
pra casa da tia, pra todo lugar. Logo comecei a ler outros gêneros, pois a
professora de literatura no ensino médio passava alguns livros e a gente tinha
que fazer uma trabalho final, valendo ponto na média. Foi aí que conheci o meu
livro favorito, que não tem nada a ver com vampiros e muito menos com terror.
Já falei dele AQUI e guardo com muito carinho, pois logo depois de quase roubar
o livro que a professora me emprestou (é eu quase fui uma menina que roubava
livros antes mesmo de ler o livro, =p), minha mãe comprou uma outra edição dele
no meu aniversário.
Nunca gostei dos livros que via em literatura da escola, mas
comecei a procurar mais pelos clássicos da literatura mundial. Logo era cliente
conhecida na livraria e estava lendo Shakespeare (uma adolescente lendo
Shakespeare por prazer era de se admirar)... mas ainda não tinha conhecido meu
gênero favorito... lia porque tinha uma sede imensa e queria todos os livros
que via na minha frente... a paixão era tanta que meu pai já sabia o que me dar
de Natal: livros! Hoje ele é falecido, mas lembro a alegria no olhinhos dele ao
me ver toda feliz com o livro que queria na mão e pulando feito um coelhinho na
loja. Ele sempre dizia que preferia a filha com um livro na mão e viajando em
busca de conhecimento do que fazendo coisas que não devia e andando em más
companhias... os livros que ele me deu eu guardo com maior carinho que os outros.
Não que sejam mais caros, na verdade nem são em questão financeira, mas hoje
tem mais valor sentimental porque sei que quem os comprou tinha um carinho
muito grande e já sabia que eu ia amar...
Esse foi o último livro que meu pai me deu. Tem um imenso valor sentimental para mim! =)
Ao chegar na faculdade, a biblioteca central tinha não
apenas os livros das disciplinas, como também era aberta à comunidade e tinha
outros títulos e gêneros, dos clássicos mundiais aos infantis, que logo fui
fuxicar... Lá descobri Sherlock Holmes, Harry Potter, As Crônicas de Nárnia...
E não apenas por ter aprendido a ler, descobri que ler é um
ótimo remédio. Tipo, se você está triste, vai ler. Se está confuso com alguma
situação, vai ler. Se está com raiva, vai ler. Se tem algum compromisso e a
pessoa se atrasa um pouco, vai ler... o pouco que você lê é muito importante.
Porque você acaba se distraindo, viaja para a história do livro e simplesmente
esquece um pouco do mundo ao seu redor. Não tem intriga, não tem discórdia,
apenas as letras e o que elas significam para você. E não sei se isso acontece
com alguém, mas comigo, tem autor que quase conversa com o leitor, e sempre tem
uma frase que te ilumina algum pensamento que te trazia tristeza, ou te dá
alguma certeza sobre o que você tava pensando mais cedo...
Muita gente não curte ainda, acha que é perda de tempo pegar
um livro e ler. Eu apenas digo que essas pessoas ainda não descobriram o gênero
certo! =) Além do mais, se ler fosse tão ruim, não existiria a Biblioterapia
(clique AQUI).
Bom... essa foi a minha história de como comecei a ler e
porque gosto tanto... Não deixe de conferir o que a Fernanda tem pra contar! =)
Olá
ResponderExcluirAdorei sua história. Já tem tempo que estou ensaiando contar a minha. Seu texto me ajudou bastante a amadurecer a ideia.
Ler é tudo de bom. Meu filho, de um ano e nove meses, já tem seus livrinhos e adora quando peço pra ele escolher um pra lermos juntos. Ele ainda não tem paciência de sentar e ouvir a história, mas mesmo assim gostamos muito desses momentos.
Beijos
Vidas em Preto e Branco
kkkkkkkkkk
ExcluirEle ainda é pequenininho Lay, mas tenha paciência, que um dia ele tb vai gostar de ler tanto quanto a mãe! =) Espero um dia poder ler sua história tb! Seja sempre bem vinda!
Bjks!